
A situação em Limeira, interior paulista, beira o insustentável. A seca que castiga a região não dá trégua e, numa jogada de desespero, a prefeitura local resolveu acionar o plano B – ou seria plano último recurso?
Na última segunda-feira, a administração municipal oficializou o que muitos já sentiam na pele: decretou estado de emergência hídrica. Não é exagero. Os reservatórios principais estão minguando dia após dia, num espetáculo deprimente que assusta qualquer um que dependa da torneira para viver.
E agora, o que fazer? Bom, o prefeito Mario Botion anunciou que vai bater na porta de particulares. Sim, você leu direito. A ideia é solicitar autorização para usar águas de uma represa privada, a Represa do Criatório – que, diga-se de passagem, não é nenhuma Pampulha, mas pode ser a tábua de salvação de que a cidade precisa.
Negociações em Andamento
Parece coisa de filme, mas é a realidade limeirense. O Executivo municipal já entrou em contato com os proprietários do manancial particular. Ainda não há um acordo fechado, mas as conversas avançam – e a urgência dita o ritmo.
Não é qualquer volumoso, sabem? Estamos falando de uma represa com capacidade para mais de 1 bilhão de litros. Algo considerável, ainda que não resolva sozinha o drama de meses. Mas em tempos de seca, até pingo d'água vale ouro.
Além da Represa: Outras Medidas
Enquanto a negociação rola solta, a prefeitura não cruza os braços. Já determinou a redução imediata da pressão na rede de abastecimento – o que, convenhamos, vai deixar o chuveiro mais fraco, mas pode evitar um colapso generalizado.
E tem mais: há um plano para retomar as bombas do Rio Jaguari, que estavam paradas. Uma medida que deveria ter sido tomada antes? Talvez. Mas o importante é que agora a máquina pública parece ter acordado para a gravidade do problema.
O timing é crucial. Setembro é tradicionalmente seco, e outubro não costuma ser muito generoso. Se não chover – e tudo indica que não vai –, a situação pode ficar feia de verdade. O fantasma do racionamento já assombra conversas de bar e grupos de WhatsApp.
Um Problema que Vem de Longe
Quem acompanha a região sabe: isso não é novidade. Limeira vive há anos uma relação complicada com a água. Desta vez, porém, a estiagem chegou com uma ferocidade atípica. Os números assustam: o Sistema de Captação de Água do Ribeirão Pinheiros opera com apenas 30% da capacidade. Triste, muito triste.
O pior é que não adianta apenas torcer por chuva. Especialistas alertam que a dependência excessiva de recursos naturais sem políticas de conservação é uma rota perigosa – e Limeira está aprendendo isso na marra.
Resta saber se a medida emergencial trará alívio imediato. Enquanto isso, a população se vira com baldes, cautela e muita, muita paciência.