
O sertão sergipano está virando um cenário de terra rachada e esperanças murchas. E não, não é exagero – é a pura realidade que Carira e Tobias Barreto enfrentam hoje. A estiagem, daquelas que parecem não ter fim, forçou os dois municípios a decretarem situação de emergência. Uma medida drástica para um problema que só se agrava.
Imagine acordar e não saber se vai ter água para o café, para o banho, para nada. Pois é. A população local está nesse sufoco, dependendo de carros-pipa que, convenhamos, são um paliativo, não uma solução. A Defesa Civil estadual já foi acionada, mas a sensação é de que a ajuda é uma gota no oceano da necessidade.
Agricultura à Beira do Colapso
Quem vive do campo sabe: sem chuva, não há milagre. As plantações, que deveriam estar verdes e viçosas, estão ressecadas, mirradas. O prejuízo é incalculável. Para muitos agricultores, é como se o céu tivesse fechado não só as torneiras, mas também as portas do sustento. E olha, a gente até tenta ser otimista, mas é difícil quando o chão sob seus pés vira pó.
E não para por aí. Os animais também sofrem. Pastagens secas, açudes virando lamaçais… é um cenário desolador que se repete a cada dia de sol inclemente.
E Agora, José?
A pergunta que fica é: o que vem depois? O decreto é um primeiro passo – importante, reconheço – para liberar recursos e ações emergenciais. Mas e a longo prazo? Será que vamos continuar nesse ciclo de sempre: seca, decreto, ajuda temporária, e depois tudo de novo? Precisamos de políticas sérias para conviver com a semi-aridez, não apenas remediar.
Enquanto isso, o povo de Carira e Tobias Barreto segue resiliente, resistente. É uma lição de vida ver como enfrentam a adversidade com uma coragem que, francamente, muitos de nós urbanos não teríamos. Mas resiliência não enche o balde de água, não é mesmo?
A situação é grave, urgente e pede mais do que atenção. Pede ação. E torcida por aquelas nuvens carregadas que teimam em não aparecer no horizonte.