Pela primeira vez neste ano, o coração industrial paulista acordou sob uma ameaça laranja — e não, não é poluição. O aviso veio direto da Defesa Civil: o Grande ABC, aquela região que nunca para, agora enfrenta risco alto de incêndios florestais. E olha que nem estamos no auge do inverno ainda.
Segundo os técnicos, a combinação perfeita para o desastre está aí: umidade relativa do ar caindo feito avião com pane (algo entre 20% e 30%), ventos que parecem soprar a 40 km/h direto de um secador gigante, e aquela vegetação ressecada que pega fogo se alguém olhar feio. "É como se a natureza tivesse preparado um palco para as chamas", comenta um bombeiro veterano, esfregando as mãos enrugadas pelo tanto de combate a incêndio que já viu.
Onde o perigo espreita
Os mapas da Defesa Civil pintam manchas vermelhas principalmente em:
- Áreas de mata preservada (ironicamente, justo onde a gente mais quer proteger)
- Terrenos baldios que viraram depósito de lixo — sim, aquele sofá velho pode virar combustível
- Margens de rodovias, onde bitucas de cigarro ainda são lançadas como se fossem inofensivas
E não adianta achar que é exagero. Em 2024, antes mesmo do alerta, um incêndio no Parque do Pedroso (Santo André) consumiu área equivalente a 70 campos de futebol. Dessa vez, a previsão é de que, se pegar fogo, a propagação será rápida como notícia falsa no WhatsApp.
O que fazer (e o que não fazer)
Enquanto os bombeiros reforçam o efetivo — porque sim, eles estão de olho —, a população pode ajudar:
- Não queimar lixo, mesmo que "seja só um papelzinho"
- Denunciar queimadas irregulares pelo 193
- Manter terrenos limpos (a multa por descuido chega a R$ 5 mil)
E atenção, donos de pets: aquela caminhada no matinho pode esperar. Animais sofrem primeiro com a fumaça e o calor. Melhor deixar para quando a umidade voltar a níveis menos lunares.
O alerta vale até sexta-feira (18), mas pode ser estendido se o tempo continuar mais seco que piada de contador. Enquanto isso, torcemos — não pelas chamas, mas por aquela chuva fina que sempre chega quando menos esperamos.
