Ativistas do Futuro Verde Atacam Sagrada Família com Tinta em Protesto Radical
Protesto climático: ativistas atacam Sagrada Família com tinta

Eis que a manhã tranquila de Barcelona transformou-se em palco de caos. Dois indivíduos, até então anônimos na multidão de turistas, executaram uma ação que parou todos os respiros. Por volta do meio-dia deste sábado, contra os majestosos pilares da Basílica da Sagrada Família, jatos de tinta laranja e preta explodiram como um grito de raiva visual.

Não foi um acidente, muito menos uma brincadeira de mau gosto. Foi cálculo puro. Enquanto a tinta escorria pela pedra secular — uma agressão à história —, os ativistas colaram as próprias mãos na porta de acesso, tornando a remoção tão difícil quanto simbólica. Que mensagem mais clara que essa?

Testemunhas ficaram paralisadas. Uns filmavam, outros gritavam. Um segurança, visivelmente alterado, tentou conter o avanço da mancha, mas era tarde. A tinta já se espalhava, laranja fluorescente contra o cinza da pedra, um contraste chocante que parecia saído de um pesadelo distópico.

E então, veio a justificativa. O grupo autointitulado “Futuro Verde” assumiu a responsabilidade nas redes sociais. Não por fama, afirmam, mas por desespero. “Não há tempo para petições ou discursos políticos”, dizia a mensagem. “O planeta está a morrer, e monumentos de pedra não significarão nada sem um futuro habitável.”

A reação foi imediata. A polícia catalã isolou a área e iniciou buscas. Ninguém foi detido — pelo menos até agora. O governo espanhol já classificou o ato como “vandalismo intolerável”, prometendo responsabilizar os culpados. Mas, cá entre nós, será que a comoção em torno de uma igreja ofusca a mensagem que tentam passar?

Não é a primeira vez que activistas radicais escolhem alvos icônicos. Meses atrás, o mesmo grupo já teria tentado algo similar no Museu do Prado. A estratégia é clara: chocar para fazer ecoar. Será eficaz? Opiniões dividem-se. Uns condenam veementemente; outros, ainda que não apoiem o método, reconhecem a urgência do tema.

O que fica é a pergunta: até onde vale ir para salvar o amanhã? E até quando a sociedade vai ignorar avisos cada vez mais dramáticos?