
Não é segredo para ninguém que o Centro-Sul de Santa Catarina tem um potencial de fazer inveja. Com paisagens de cair o queixo, uma cultura rica e uma economia que não para de crescer, a região poderia ser a próxima estrela do estado. Mas... (e sempre tem um mas) algo está travando esse voo.
O que falta para decolar?
Primeiro, vamos falar do elefante na sala: a infraestrutura. Ou melhor, a falta dela. Enquanto Florianópolis vive um boom turístico, cidades como Tubarão e Criciúma ainda patinam em questões básicas — estradas esburacadas, sinalização precária e transporte público que mais parece uma loteria. Resultado? Quem visita acaba nem sabendo das belezas escondidas ali do lado.
Ah, e tem mais! A conexão entre os municípios é tão desconexa que parece aquela história do ovo e da galinha: os empresários não investem porque não tem turista, e os turistas não vêm porque não tem estrutura. Cadê o senso de urgência?
O segundo desafio: visibilidade
Pergunte a qualquer morador de São Paulo o que conhece em SC. Pronto: Floripa, Bombinhas, talvez Balneário Camboriú. Agora, arrisca ouvir "Urussanga" ou "Orleans"? Silêncio.
Isso acontece porque a região ainda não encontrou sua "assinatura" turística. Enquanto o litoral catarinense vende praias, o Centro-Sul — que tem de tudo, desde vinícolas charmosas até cânions impressionantes — parece não saber como embalar seu produto. Falta aquela narrativa que gruda na memória.
E o terceiro problema? Coordenação
Aqui vai um segredo: os municípios da região ainda trabalham como ilhas. Cada um puxando a brasa para sua sardinha, sem unir forças em projetos regionais. Enquanto isso, outros polos turísticos do país já entenderam que juntos somos mais fortes — vide o Vale dos Vinhedos no RS.
Sem uma governança integrada, fica difícil criar roteiros turísticos que atravessem municípios ou mesmo atrair grandes eventos. Uma pena, porque o potencial está ali, só esperando para ser lapidado.
No fim das contas, o Centro-Sul catarinense lembra aquele talento que fica no banco de reservas: tem tudo para brilhar, mas precisa de um empurrão estratégico. Será que 2025 será o ano da virada?