Santarém debate regulamentação da pesca do pirarucu: evento reúne especialistas e comunidade
Santarém debate regulamentação da pesca do pirarucu

Imagine um peixe que é quase um gigante dos rios amazônicos, capaz de chegar a 3 metros e pesar mais de 200 quilos. Pois é, o pirarucu não só existe como está no centro de um debate fervoroso em Santarém. Nesta terça (15), a cidade vira palco de um encontro que promete esquentar os ânimos — no bom sentido.

O evento, que rola no coração da região, não é só mais uma reunião chata com gente de terno. Lá, pescadores tradicionais, pesquisadores e até fiscais do governo vão botar a boca no trombone sobre como equilibrar duas coisas aparentemente opostas: preservar o bicho e garantir o sustento de quem vive dele.

O que tá em jogo?

O pirarucu não é só um peixe qualquer — pra muita gente, ele é a conta no final do mês. Mas nos últimos anos, a briga tem sido grande:

  • De um lado, os ambientalistas dizem que o bicho tá sumindo mais rápido que celular em praia lotada
  • Do outro, os pescadores juram de pé junto que sabem manejar o recurso há gerações
  • No meio disso tudo, o governo tenta acertar as regras sem deixar ninguém no prejuízo

E olha que a coisa não é simples. Tem época certa pra pescar, tamanho mínimo, áreas proibidas... Um verdadeiro quebra-cabeça que pode mudar a vida de milhares de famílias.

Por que Santarém?

Não é à toa que o papo rola aqui. A região é tipo o quintal do pirarucu — ou melhor, o rio dele. Dizem que os pescadores locais conhecem cada curva do Tapajós como a palma da mão. Mas nos últimos tempos, o peixe sumiu de alguns pontos onde antes era fácil de achar.

"Antes a gente pescava três por dia sem esforço. Agora tem semana que a gente volta de mãos vazias", contou Seu Raimundo, pescador há 40 anos, enquanto consertava suas redes num canto do mercado.

E não é só conversa de pescador velho. Os números assustam: em algumas áreas, os estoques caíram pela metade nos últimos 10 anos. Daí a importância de acertar nas regras antes que seja tarde.

O que esperar do evento?

Os organizadores prometem mais do que só discurso bonito. A programação inclui:

  1. Dados científicos fresquinhos sobre a população de pirarucus na região
  2. Relatos de quem vive da pesca há décadas (e sabe coisas que livro nenhum ensina)
  3. Propostas concretas para conciliar preservação e sustento das comunidades

E tem mais: quem for pode esperar um clima mais de feira do que de audiência pública. Vai ter até degustação de pirarucu manejado — pra provar que dá pra pescar sem acabar com o peixe.

Uma coisa é certa: o que sair desse encontro pode definir não só o futuro do pirarucu, mas de toda uma cadeia que depende dele. Desde o pescador que sai antes do sol nascer até o restaurante chique que serve o peixe a preço de ouro.