
Era pra ser mais um domingo de verão como tantos outros—aquele calor que convida a um mergulho, o sol insistente, o convite irrecusável das águas. Mas o que começou como um momento de descontração na Represa de Itupararanga, em Alumínio, no interior paulista, transformou-se numa cena de puro desespero por volta das 15h desta tarde.
Testemunhas ainda sob choque contaram que o jovem de 19 anos—cujo nome a família pede para não ser divulgado agora—estava com amigos quando simplesmente desapareceu debaixo d'água. Num piscar de olhos. Sem aviso, sem grito, sem nada. Aquele silêncio que é mais assustador que qualquer barulho.
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 15h20, e mergulhadores desceram à água numa operação que, para quem via de fora, parecia uma eternidade. Quarenta minutos—que devem ter sido uma agonia sem fim para os amigos que assistiam, impotentes, à margem.
Por volta das 16h, o pior se confirmou: o corpo do adolescente foi encontrado submerso. As tentativas de reanimação no local, frenéticas e desesperadas, não surtiram efeito. O serviço médico atestou o óbito ali mesmo, à beira da represa que minutos antes era sinônimo de lazer.
Não é a primeira vez que Itupararanga—essa imensidão de água que abastece a região e atrai veranistas—mostra sua face perigosa. Águas aparentemente calmas escondem correntezas, vegetação subaquática e a imprevisibilidade de qualquer corpo hídrico natural. Um lembrete cruel de que natureza não brinca em serviço.
A Polícia Militar registrou a ocorrência e encaminhou o caso para a Delegacia de Polícia de Votorantim, que vai investigar as circunstâncias do acidente. Enquanto isso, a comunidade de Alumínio—aquela cidade que a gente nem sempre ouve falar até uma coisa dessas acontecer—prepara-se para enterrar mais um jovem que saiu de casa para se divertir e não voltou.
É daquelas notícias que dá um nó na garganta—e um aperto no peito de qualquer pai, mãe ou amigo. Porque no fim das contas, poderia ser qualquer um. Em qualquer domingo de sol.