Um incêndio florestal de grandes proporções continua fora de controle há mais de uma semana na região de Monte Alegre, no oeste do estado do Pará. O fogo atinge a Serra do Itawajury, uma área localizada a aproximadamente 25 quilômetros da zona urbana do município.
Combate intensivo sem trégua
As equipes de combate ao fogo trabalham sem interrupção há três dias, enfrentando condições adversas. Um grupo de 15 brigadistas está na linha de frente, mas os esforços são dificultados pelos ventos fortes, que espalham as chamas rapidamente pela vegetação seca. Imagens aéreas registradas no local revelam a dimensão alarmante da destruição.
O chefe da brigada, Cleidson Oliveira, detalhou a cronologia do combate. Segundo ele, a equipe foi acionada oficialmente na segunda-feira, dia 24 de novembro. No entanto, relatos de moradores da região indicam que o fogo já estava ativo desde o domingo anterior. “Nós já estamos com três dias combatendo nesse incêndio que está acontecendo na Serra Itawajury”, afirmou Oliveira.
Ele também destacou a extensão dos danos: “Esse incêndio já queimou uma extensão muito grande. Nossa equipe levantou o drone e viu a dimensão da queimada que já foi feita lá, o prejuízo pra serra”.
Dificuldades no terreno e reforços mobilizados
A Defesa Civil de Monte Alegre confirmou que mais de dois quilômetros de vegetação nativa já foram consumidos pelo fogo. O coordenador do órgão, Gesiel Wallace, informou que o trabalho é extremamente difícil devido ao terreno íngreme e ao clima seco.
“Tem mais de 16 funcionários do Prev-Fogo lá tentando apagar esse incêndio”, disse Wallace, acrescentando que o Corpo de Bombeiros Militar do Pará também foi acionado. Caso a situação não seja controlada, a Operação Fênix, uma força-tarefa estadual, poderá ser mobilizada para auxiliar no combate às chamas em Monte Alegre.
Apoio fundamental da comunidade local
Um aspecto crucial no enfrentamento da emergência tem sido a participação dos moradores da região. Eles não apenas deram o primeiro alerta, mas também se juntaram às equipes profissionais no combate direto ao fogo.
Cleidson Oliveira relatou essa parceria: “A população estava lá, junto com a brigada. Eles combateram também, inclusive nossos brigadistas saíram de lá, deixaram o incêndio controlado junto com eles e eles ficaram responsáveis pela vigilância”. Essa vigilância comunitária é vital para evitar que novos focos se reignitem após a saída das equipes especializadas.
Com o fogo ainda avançando e a complexidade do terreno da serra, as autoridades monitoram a situação de perto e avaliam a necessidade de novos reforços. O objetivo é impedir que as chamas ganhem mais força e causem danos ambientais ainda maiores ao ecossistema da Serra do Itawajury.