
O céu não era mais azul em Santa Albertina nesta sexta-feira (22). Uma cortina espessa de fumaça cinzenta — e um cheiro de queimado que impregnava tudo — anunciava a tragédia que se desenrolava na zona rural do município. Um pesadelo de fogo, simplesmente. E das bravas.
Pois é, o que começou num canavial, ninguém sabe bem como, rapidamente se transformou num monstro incontrolável. As chamas, espertas e vorazes, não respeitaram limites. Saltaram para uma área de preservação permanente, uma reserva legal cheia de vida que agora vira cinza. Mais de 100 hectares… você consegue imaginar? Uma área gigantesca, consumida em poucas horas.
Uma Batalha Perdida Contra o Tempo
Os bombeiros chegaram por volta das 14h, mas, meu Deus, que desafio. O vento ajudava o fogo, espalhando as chamas com uma fúria rara. A vegetação seca, típica desse tempo de pouca chuva, funcionou como combustível perfeito. Eles tentaram de tudo, mas era como tentar apagar um inferno com um copo d'água.
Não há casas por perto, graças a Deus — o que é um alívio num mar de preocupação. O foco agora, segundo os profissionais no local, é impedir que esse pesadelo avance ainda mais e atinja outras propriedades. Mas a situação, até o momento, segue crítica. Muito crítica.
Além da Perda Financeira, uma Perda Irreparável
Olha, o prejuízo para o produtor rural é enorme, claro. Cana que seria colhida, virou pó. Mas a gente precisa falar do outro lado, o que dói mais: o ambiental. Aquela mata nativa levou décadas, quiçá séculos, para se formar. E em algumas horas… bom, você sabe. Sumiu.
Quantos animais não conseguiram escapar? Quantas árvores nativas, que ajudavam a manter o ar limpo e o solo firme, foram embora? É de cortar o coração. A PM Ambiental já foi acionada para investigar as causas do incêndio. Seria um descuido humano? Uma bituca de cigarro mal-apagada? Algo proposital? A verdade ainda está por trás da fumaça.
Enquanto isso, Santa Albertina chora sua paisagem. E torce para que o vento mude — ou que a noite traga um orvalho milagroso.