Exatamente um ano se passou desde que uma forte chuva transformou as ruas de Campinas em rios furiosos, culminando na trágica morte do jovem Ryan de Souza Silva, de apenas 20 anos. A enxurrada que arrastou o motoboy no Jardim Santa Lúcia deixou marcas profundas na comunidade, que hoje se une para cobrar ações concretas da prefeitura contra as enchentes.
Lembranças Dolorosas e a Luta por Justiça
No local onde Ryan perdeu a vida, familiares e amigos se reúnem em memória do jovem. "Ele era um filho maravilhoso, trabalhador e cheio de sonhos", compartilha a mãe, Maria Aparecida de Souza, com voz embargada. "Não queremos que outras mães passem por essa dor".
A tragédia expôs a vulnerabilidade da região, onde alagamentos são frequentes durante o período chuvoso. Moradores relatam situações de risco recorrentes e reclamam da falta de manutenção no sistema de drenagem.
Reivindicações da Comunidade
Os residentes do Jardim Santa Lúcia e regiões adjacentes apresentaram à prefeitura uma lista de demandas urgentes:
- Ampliação da galeria pluvial existente
- Limpeza periódica de bueiros e córregos
- Instalação de sistema de alerta para chuvas fortes
- Plano de evacuação para áreas de risco
- Fiscalização rigorosa de obras que possam obstruir vazões
O Que Diz a Prefeitura?
Em resposta às cobranças, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos informou que estuda projetos para melhorar a drenagem na região. Segundo a pasta, técnicos avaliam a viabilidade de intervenções estruturais, mas não há prazo definido para o início das obras.
"Temos consciência da necessidade de ações preventivas e trabalhamos para implementar melhorias no sistema de macrodrenagem da cidade", afirmou representante da secretaria.
Problema que se Repete
Dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos mostram que Campinas registrou aumento de 15% em episódios de chuvas intensas nos últimos cinco anos. Especialistas em urbanismo alertam que a combinação entre mudanças climáticas e infraestrutura deficiente cria um cenário propício para novas tragédias.
Enquanto a burocracia avança a passos lentos, moradores seguem vigilantes a cada gota de chuva que cai, lembrando que por trás dos números há vidas que poderiam ser salvas com ações preventivas adequadas.
