
Pois é, a conta chegou — e não é pouca. A Controladoria-Geral da União fez as contas e descobriu algo que muita gente já desconfiava: durante aquela loucura toda da pandemia, mais de R$ 4 milhões foram parar nas mãos de quem não deveria receber.
E olha que o valor é significativo: R$ 4.083.992, para ser exato. Uma grana que, convenhamos, faria falta para quem realmente precisava naquele momento de crise.
Como descobriram?
O pessoal da CGU não brinca em serviço. Eles cruzaram dados — aquela velha e boa fiscalização — e identificaram que 1.667 famílias paraibanas receberam o auxílio emergencial sem ter o direito. A operação foi batizada de "Operação de Fiscalização de Requerimentos do Auxílio Emergencial" — nome complicado, mas eficiente.
O que aconteceu basicamente foi isso: na correria para ajudar todo mundo rápido, alguns benefícios acabaram sendo liberados para pessoas que não se encaixavam nos critérios. E agora, pasmem, a CGU quer o dinheiro de volta.
E agora, José?
As famílias que receberam indevidamente vão ter que devolver a grana. A CGU já emitiu os comunicados e deu 30 dias para que as pessoas possam se defender ou entrar com recurso. Depois desse prazo, se não apresentarem uma justificativa que convença, terão que pagar — com juros e correção, claro.
É aquela velha história: o governo dá com uma mão, mas quando descobre que deu para quem não devia, cobra com a outra — e ainda com acréscimos.
O que me deixa pensando é: será que todas essas pessoas agiram de má fé? Ou será que muitos simplesmente se confundiram na hora de preencher os requisitos? Naquela época de desespero, todo mundo queria uma ajuda, não é mesmo?
O outro lado da moeda
Enquanto isso, tem gente que realmente precisava e não conseguiu receber. Essa sempre foi a grande ironia dos programas emergenciais: os recursos são limitados, e quando vazam para lugares errados, faltam para quem está em situação de vulnerabilidade real.
A CGU deixou claro que vai continuar de olho. Eles monitoraram mais de 900 mil requisições só na Paraíba — um trabalho hercúleo, diga-se de passagem.
No fim das contas, a moral da história é simples: dinheiro público tem dono, e quando é mal utilizado, mais cedo ou mais tarde a cobrança chega. Mesmo que leve alguns anos.