
Era para ser uma ajuda naquele momento de aperto, mas agora virou uma dor de cabeça para milhares de famílias. O governo federal identificou que mais de 6 mil lares em Goiás receberam auxílio emergencial que, na verdade, não deveriam ter recebido. E o valor não é pouco: estamos falando de impressionantes R$ 166 milhões que precisam ser devolvidos aos cofres públicos.
Parece até aquela situação onde você acha que encontrou dinheiro na rua, mas depois descobre que era do bolso de outra pessoa. Só que nesse caso, a "pessoa" é o governo federal, e eles estão cobrando de volta.
Como isso aconteceu?
A verdade é que durante a pandemia, com a necessidade urgente de distribuir recursos, alguns critérios podem ter ficado meio frouxos - ou então algumas pessoas se aproveitaram da situação. O governo não especificou exatamente o que levou a esses pagamentos indevidos, mas sabemos que a fiscalização agora está mais rigorosa.
Imagina a surpresa dessas famílias ao receberem a notificação? De repente, aquele dinheiro que ajudou a pagar contas básicas durante os meses mais difíceis precisa ser devolvido. É como se o alívio de ontem se transformasse no problema de hoje.
E agora, o que fazer?
As famílias afetadas já foram notificadas e precisam regularizar sua situação. O governo estabeleceu prazos e condições para o ressarcimento, mas é aquela coisa: para muitas pessoas, encontrar dinheiro extra no orçamento não é nada fácil.
Algumas questões ficam no ar: será que todas essas famílias agiram de má fé? Ou será que muitos simplesmente se confundiram com os critérios de elegibilidade? A pandemia trouxe tanta insegurança e mudança de regras que não me surpreenderia se parte desses casos fosse resultado de genuíno desconhecimento.
Mas os números são claros: 6.119 famílias em Goiás estão nessa situação complicada. Quando você para para pensar, é um número significativo - equivalente a quase toda a população de algumas cidades do interior goiano.
O que me preocupa é o impacto real na vida dessas pessoas. Dinheiro do auxílio emergencial normalmente foi usado para coisas básicas: comida, remédios, contas de luz. Como devolver algo que já foi consumido na luta pela sobrevivência durante uma crise sanitária?
Por outro lado, também entendo a posição do governo. Recursos públicos precisam ser bem aplicados, e quando há desvios - intencionais ou não - a sociedade como um todo perde. São R$ 166 milhões que poderiam estar sendo usados em outras políticas públicas.
Enfim, mais um capítulo complicado dessa história que mistura ajuda social, fiscalização e as dificuldades de implementar programas emergenciais em larga escala. Resta torcer para que as famílias consigam resolver essa situação sem maiores traumas - e que o governo seja, no mínimo, compreensivo com aqueles que agiram sem má-fé.