
O Rio acordou diferente neste domingo. Dessa vez, não foi o calor habitual que chamou atenção, mas sim uma sucessão de labaredas que pintou o céu de preocupação. Parecia que a cidade tinha decidido pegar fogo de uma vez só — e os bombeiros, coitados, mal sabiam para onde correr primeiro.
O dia começou com um susto e tanto na Zona Oeste. Lá pelas tantas da manhã, um terreno baldio no Recreio dos Bandeirantes resolveu virar cinzas. E não foi pouco não — estamos falando de 10 mil metros quadrados transformados em chamas. Os vizinhos, é claro, ficaram naquele desespero. "Parecia o fim do mundo", contou uma moradora que preferiu não se identificar. "A fumaça era tanta que dava para sentir o gosto da queimadura na garganta."
Mas calma, tem mais. Enquanto isso, na Zona Norte, o Morro do Juramento também decidiu entrar na dança do fogo. Por volta do meio-dia, a vegetação seca — aquela que acumula meses sem chuva — pegou fogo com uma facilidade assustadora. Os bombeiros chegaram rápido, mas enfrentaram aquele desafio de sempre: acesso complicado, vento contra e a sensação de estar sempre um passo atrás das chamas.
E a Noite Também Queimou
Pensei que ia acabar por aí? Nem pensar. Quando a noite já estava estabelecida, lá pelas 20h, a Zona Sul também resolveu entrar na festa — se é que podemos chamar isso de festa. Um incêndio de médias proporções no Morro dos Cabritos, no bairro do Leme, fez a fumaça subir tão alto que era vista de vários pontos da orla. Os bombeiros, que já estavam cansados do dia inteiro de trabalho, tiveram que dar mais um pique.
O que mais preocupa nessa história toda? Bom, além do óbvio perigo, existe aquela sensação de déjà vu. O Rio vive essa situação todo ano — vegetação seca, temperatura alta, um monte de gente descuidada — e parece que nunca aprendemos a lição. Os bombeiros fazem o que podem, mas é como enxugar gelo.
- Recreio dos Bandeirantes: 10 mil m² queimados
- Morro do Juramento: vegetação seca como combustível
- Morro dos Cabritos: incêndio noturno com grande visibilidade
A Defesa Civil, por sua vez, já soltou aquele alerta de sempre: cuidado com bitucas de cigarro, com queimadas ilegais, com aquela fogueirinha inocente que pode virar um inferno. Mas sabe como é — brasileiro só se toca quando o problema bate na porta.
No final das contas, o que ficou foi aquela pergunta no ar: até quando o Rio vai viver esses sustos anuais? Os bombeiros são heróis, sem dúvida, mas cansa ver eles sempre apagando fogo — literalmente — em situações que poderiam ser evitadas.