HQ emocionante revive tragédia de Mariana: professor transforma diário em história em quadrinhos
HQ revive tragédia de Mariana com diário transformado em arte

Uma história de dor, memória e superação está ganhando vida através dos quadrinhos. Carlos Eduardo de Souza, professor de Mariana (MG), transformou seu diário pessoal em uma HQ emocionante que reconta os traumáticos dias do rompimento da barragem da Samarco em 2015.

Do diário íntimo às páginas coloridas

O projeto 'Doce Amargo' nasceu da necessidade do educador de processar os acontecimentos que marcaram para sempre a região do Rio Doce. Mais de 260 mil palavras escritas em seu diário pessoal durante os anos seguintes à tragédia se transformaram em uma narrativa visual poderosa.

'A HQ me permitiu dar cores a uma história tão cinza', revela o professor. 'Transformar aquela dor em arte foi uma forma de ressignificar tudo que vivemos'.

Uma ferramenta pedagógica poderosa

Além do valor artístico, a obra se tornou um importante instrumento educacional. Carlos Eduardo utiliza os quadrinhos em suas aulas para discutir temas como:

  • Conservação ambiental
  • Memória histórica
  • Processos criativos
  • Superação de traumas

'Os alunos se conectam com a linguagem dos quadrinhos de forma natural', explica o professor. 'É uma maneira acessível de manter viva a memória do que aconteceu'.

O processo criativo: da dor à arte

A produção da HQ não foi apenas um exercício artístico, mas um processo terapêutico para o educador. Cada página representa um fragmento de suas memórias e emoções durante os dias que se seguiram ao desastre.

O título 'Doce Amargo' carrega um profundo simbolismo: refere-se não apenas ao Rio Doce, mas à contradição de transformar uma experiência amarga em algo doce através da arte.

Impacto além da sala de aula

A iniciativa do professor mineiro tem ganhado reconhecimento além dos muros da escola. A comunidade local vê na obra uma ferramenta de preservação da memória coletiva e de educação ambiental para as novas gerações.

'É importante que as pessoas não esqueçam', reflete Carlos Eduardo. 'A arte tem esse poder de manter viva a história e nos fazer refletir sobre nosso papel na preservação do meio ambiente'.

O projeto demonstra como a criatividade pode surgir mesmo nas circunstâncias mais difíceis, transformando tragédias em oportunidades de aprendizado e reflexão coletiva.