Foto voa 220 km após tornado F4 no PR e simboliza reconstrução
Foto viaja 220 km após tornado e emociona família

Foto viaja 220 km e se torna símbolo de esperança após tornado

Uma fotografia do casamento de Antônio Gieteski, encontrada a impressionantes 220 quilômetros de distância do local original, tornou-se um símbolo de resiliência para uma família do Paraná que perdeu tudo durante a passagem de um tornado devastador. A imagem, que estava na casa de José Gieteski, de 83 anos, foi localizada em São Mateus do Sul após ter sido arremessada pela força dos ventos que atingiram Rio Bonito do Iguaçu no dia 7 de novembro.

Tragédia e reconstrução no interior paranaense

O tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu registrou ventos de até 418 km/h, sendo classificado como F4 na escala Fujita - categoria considerada devastadora. Antônio Gieteski relatou ao g1 que o fenômeno destruiu completamente a casa de madeira onde seu pai vivia com a mãe, de 86 anos. "Em questão de um minuto, um minuto e 20 segundos, foi como se caísse uma bomba na casa deles. A casa foi arremessada uns 30 metros de distância", descreveu.

A tragédia resultou na morte de José Gieteski, que ficou sob as madeiras da residência. A esposa dele sofreu fraturas na clavícula e costelas, além de diversos hematomas, e agora se recupera na casa de uma filha em Laranjeiras do Sul.

Encontro emocionante e solidariedade

O resgate da fotografia aconteceu quando moradores da localidade do Lageado, em São Mateus do Sul, encontraram a imagem intacta em uma lavoura, mesmo após a exposição às chuvas. Eles entraram em contato com a família através das redes sociais e se prontificaram a devolver o objeto.

"Nos comovemos pela atitude deles nos procurarem, com a intenção de devolver a foto. É pra ver que ainda tem seres humanos que prezam pelos outros", emocionou-se Antônio. Para a família, que perdeu a maioria dos pertences pessoais, o gesto representou um pequeno alívio em meio ao processo de reconstrução.

Rio Bonito do Iguaçu, cidade com aproximadamente 14 mil habitantes, teve 90% de sua área destruída pelo tornado. Segundo a Defesa Civil, quase 1.500 casas foram danificadas, mais de 11 mil pessoas foram afetadas e cerca de 1.100 ficaram desabrigadas ou desalojadas. O desastre natural causou seis mortes na cidade e uma sétima em Guarapuava, com pelo menos 835 feridos em todo o estado.

O fenômeno fez parte de três tornados que passaram por 11 cidades da região central do Paraná, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do estado (Simepar). A trajetória dos ventos devastadores incluiu municípios como Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Laranjeiras do Sul, Virmond, Cantagalo, Candói e Turvo.

Desde a tragédia, uma força-tarefa envolvendo governo e voluntários trabalha na reconstrução da cidade, que aos poucos tenta retornar à normalidade enquanto debate formas de se preparar melhor para eventos climáticos extremos em um estado que é considerado o segundo maior corredor de tornados do mundo.