Ciclone no Sudeste Asiático deixa quase 600 mortos em inundações
Ciclone causa quase 600 mortes no Sudeste Asiático

Ciclone deixa rastro de morte e destruição no Sudeste Asiático

Um ciclone que passou pela região do Sudeste Asiático provocou quase 600 mortes devido a inundações e deslizamentos de terra na Indonésia, Tailândia, Malásia e Sri Lanka, de acordo com dados oficiais atualizados no último sábado (29). As imagens de ruas alagadas, moradores ilhados pela água e terrenos desmoronando se repetem nos quatro países, mostrando a dimensão da tragédia.

Balanço detalhado das vítimas

Os números atualizados revelam a gravidade da situação em cada nação afetada. A Indonésia registrou mais de 300 óbitos, com a província de Sumatra do Norte sendo a mais castigada, contabilizando 166 mortos. Sumatra Ocidental teve 90 vítimas fatais e a região de Aceh, 47. As equipes de emergência trabalhavam intensamente no sábado para alcançar as áreas mais críticas da turística ilha de Sumatra.

Na Tailândia, o porta-voz do governo, Siripong Angkasakulkiat, informou que o número total de mortos chegou a 162 nas sete províncias afetadas, sendo que mais de 100 falecimentos ocorreram apenas na província de Songkhla. As águas atingiram até três metros de altura na região, que vive uma das piores inundações da última década.

O Sri Lanka contabiliza 132 mortes e quase 80.000 pessoas desabrigadas em refúgios temporários, com 176 ainda consideradas desaparecidas. Já a Malásia registrou duas vítimas fatais no estado de Perlis, no norte do país.

Relatos de sobreviventes e ações governamentais

Os relatos dos sobreviventes ilustram o desespero enfrentado pela população. "A água recuou em nossa casa, mas tudo continua coberto de lama", contou Novia, residente de Pidie, em Aceh. "Algumas coisas da casa estão danificadas ou caíram, mas ainda não conseguimos limpá-las".

Firda Yusra descreveu sua fuga precipitada: "Precisei fugir de minha casa com a esposa e o filho, para me abrigar em uma mesquita com outras mil pessoas. Nós comemos qualquer coisa que esteja ao alcance".

Na Tailândia, as autoridades disponibilizaram caminhões frigoríficos para armazenar os corpos, já que os necrotérios locais estão sobrecarregados. O primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, visitou um abrigo no distrito de Hat Yai na sexta-feira (28) e pediu desculpas por "ter permitido" que a tragédia acontecesse durante seu governo.

O governo tailandês anunciou auxílios para os afetados, incluindo indenizações que podem chegar a US$ 62 mil (cerca de R$ 330 mil) em alguns casos. O descontentamento público com a gestão da catástrofe cresce no país, resultando na suspensão de dois governantes locais por supostas irregularidades.

Crise climática e perspectivas futuras

A temporada anual de monções, que ocorre entre junho e setembro, frequentemente provoca fortes chuvas na região, mas a passagem do ciclone agravou significativamente as condições este ano. Tanto na Indonésia quanto na Tailândia, o número de vítimas fatais está entre os mais elevados registrados nos últimos anos para inundações.

Especialistas alertam que as mudanças climáticas causadas pela atividade humana estão tornando os fenômenos meteorológicos extremos mais frequentes, fatais e destrutivos. Para cada grau de aumento na temperatura média global, a atmosfera pode conter 7% mais umidade, resultando em chuvas mais intensas e catastróficas.

Diante da gravidade da situação, o governo do Sri Lanka declarou estado de emergência e fez um apelo por ajuda internacional para enfrentar uma das maiores tragédias recentes na região.