
Parece coisa de filme, mas é real. Num mundo cada vez mais conectado digitalmente e paradoxalmente mais solitário, surge no Distrito Federal uma solução no mínimo curiosa: alugar um amigo. Sim, você leu certo.
O serviço, que já existe em outras partes do mundo, chegou à capital federal com tudo. A ideia é simples — e ao mesmo tempo complexa. Basicamente, você contrata alguém para fazer companhia em situações específicas. Um jantar chique onde não quer chegar sozinho, um evento social da empresa, até mesmo aquela festa de família onde todo mundo vai de par e você seria o único solteiro.
Como Funciona na Prática?
Não é como contratar um acompanhante — os próprios "amigos de aluguel" fazem questão de deixar isso claro. A proposta é puramente de companhia, conversa, socialização. Eles estudam seus interesses, sua personalidade, e tentam criar uma sintonia genuína, ainda que temporária.
"As pessoas estão morrendo de solidão mesmo cercadas de gente", me contou um dos profissionais que preferiu não se identificar. "Às vezes você só quer alguém para dividir um cinema, comentar sobre o filme depois, sem compromisso, sem julgamento."
Quem Procura Esse Serviço?
O perfil é surpreendentemente variado. Tem desde executivos recém-chegados em Brasília até pessoas mais velhas cujos amigos se mudaram ou faleceram. Jovens profissionais que dedicaram tanto tempo à carreira que negligenciaram a vida social também aparecem bastante.
E sabe o que é mais interessante? Muitos clientes acabam fazendo amizades reais com seus "personal friends". O serviço vira uma ponte para conexões genuínas — quem diria?
O Lado Polêmico
Claro que não faltam críticas. Alguns psicólogos torcem o nariz, argumentando que isso banaliza as relações humanas. Outros veem como um sintoma preocupante dos nossos tempos — a ponto de precisarmos pagar por companhia.
Mas os usuários defendem com unhas e dentes. "É melhor do que ficar em casa sozinho vendo Netflix pela décima vez", argumenta uma cliente. "Pago pelo cinema, pago pelo jantar, por que não pagar por companhia qualificada?"
O fato é que o serviço existe, está crescendo, e diz muito sobre como estamos nos relacionando — ou deixando de nos relacionar — nos dias de hoje.
E você? Teria coragem de contratar um amigo por algumas horas?