Confusão em formatura do Recife: pai tenta expulsar DJ por música inadequada
Pai tenta expulsar DJ de formatura por letra de música

Uma celebração que deveria marcar o fim de uma etapa escolar terminou em cena de caos e discussão em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. O baile de formatura do 3º ano do ensino médio do Colégio Madre de Deus, realizado na noite da última sexta-feira (12), foi interrompido por uma briga generalizada. O motivo do conflito foi a tentativa de um pai de estudante de expulsar o DJ do evento, por considerar a letra da música que estava tocando como inadequada para os adolescentes.

Do ritmo ao tumulto: a sequência dos acontecimentos

O incidente ocorreu no Classic Hall, localizado no bairro de Salgadinho, em Olinda. De acordo com relatos de testemunhas e de uma mãe de formanda que preferiu não se identificar, a atmosfera festiva mudou radicalmente quando um pai decidiu intervir na escolha musical. A faixa em questão seria "Helicóptero", dos artistas DJ Guuga e MC Pierre. O homem, inconformado com o conteúdo da letra, tentou parar a festa e expulsar o profissional do som.

A reação dos estudantes foi imediata e negativa. Eles não aceitaram a interferência e a situação rapidamente escalou para um empurra-empurra coletivo. Imagens obtidas pela TV Globo mostram o momento tenso, com pessoas arremessando copos com bebida e uma jovem chegando a arrastar mesas e cadeiras, ampliando o espaço do tumulto. Em meio à confusão, uma mesa foi derrubada.

O debate sobre o conteúdo da música

O cerne da discussão girou em torno da adequação da letra para um público que incluía menores de idade. Em uma das gravações, a mãe de uma estudante é ouvida justificando a revolta dos pais. "Minha filha é menor de idade. Você acha certo?", questionou a mulher, classificando a música como uma "apologia à prostituição".

Este episódio levanta um debate frequente em eventos escolares e de adolescência: até que ponto a curadoria musical deve levar em conta a presença de famílias e a faixa etária dos formandos? De um lado, pais defendendo um conteúdo considerado apropriado; do outro, estudantes buscando celebrar com os sucessos do momento.

Responsabilidade e desdobramentos

Procurado para se pronunciar, o Colégio Madre de Deus informou que o evento de formatura foi terceirizado, organizado pela produtora Super A Formaturas, e que a instituição de ensino não participou da organização direta. A escola, portanto, isentou-se da responsabilidade sobre o ocorrido. A reportagem do g1 também tentou contato com a produtora responsável, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

A confusão, que viralizou nas redes sociais, serve como um alerta para a necessidade de um alinhamento claro entre as expectativas dos formandos, dos pais e dos organizadores de eventos quanto ao repertório e à condução das festas. O episódio no Classic Hall mostra como uma discordância pontual pode rapidamente transformar um momento de alegria em um cenário de desentendimento e violência.