O governo brasileiro realizou nesta terça-feira, 25 de novembro de 2025, um leilão que resultou na concessão de 13 dos 19 aeroportos de pequeno porte oferecidos à iniciativa privada. A GRU Airport, atual administradora do Aeroporto Internacional de São Paulo, emergiu como a grande vencedora do processo, garantindo o direito de operar 12 terminais.
Distribuição das concessões
Das 13 concessões adjudicadas, 12 ficaram com a GRU Airport e uma com a operadora alemã Fraport, que já administra os aeroportos de Porto Alegre e Fortaleza. As empresas vencedoras terão o direito de operar esses aeroportos por 30 anos e se comprometeram a investir 700 milhões de reais na modernização da infraestrutura.
O leilão foi promovido pelo Ministério dos Portos e Aeroportos dentro do Projeto AmpliAr, iniciativa que pretende fortalecer a aviação regional por meio da ampliação e modernização de 100 pequenos aeroportos em todo o país com concessões à iniciativa privada.
Aeroportos concedidos à GRU Airport
A GRU Airport, controlada pelo grupo brasileiro de investimentos Invepar, assumirá os aeroportos de:
- Lençóis
- Paulo Afonso
- Barreirinhas
- Porto Alegre do Norte
- Araripina
- Garanhuns
- Serra Talhada
- São Raimundo Nonato
- Canoa Quebrada
- Cacoal
- Vilhena
- Araguaína
Estes aeroportos servem principalmente cidades pequenas, com menor demanda da aviação comercial, embora algumas já tenham voos regulares ou potencial turístico, como Lençóis e Canoa Quebrada, além de capacidade para ampliar o transporte de cargas.
Única disputa do leilão
Um aspecto curioso do leilão foi a falta de competição na maioria das concessões. A GRU Airport ficou com todas as 12 unidades pelo valor mínimo estabelecido pelo Governo, sem enfrentar concorrência.
O aeroporto de Jericoacoara foi o único que teve disputa, recebendo propostas da Fraport, da GRU Airport e da PRS Aeroportos. Por causa disso, a empresa alemã precisou aumentar sua oferta para vencer. Além do potencial turístico, Jericoacoara é estratégica para a Fraport por estar próxima ao aeroporto de Fortaleza, que a operadora já administra.
Aeroportos não concedidos
Seis dos 19 aeroportos oferecidos no leilão não despertaram interesse das empresas privadas e continuarão sob gestão estatal:
- Tarauacá
- Barcelos
- Itacoatiara
- Parintins
- Itaituba
- Guanambi
Contexto da aviação brasileira
Paralelamente ao leilão de aeroportos, o BNDES aprovou R$ 1 bilhão para exportação de aeronaves da Embraer. A empresa brasileira prevê entregar entre 77 e 85 aeronaves comerciais em 2025, acima das 73 unidades de 2024. Será o terceiro ano de crescimento após as 64 entregas de 2023.
Somando os segmentos de aviação executiva e defesa, a Embraer entregou 206 aeronaves no ano passado, contra 181 no anterior, demonstrando a recuperação do setor aeroespacial brasileiro no cenário pós-pandemia.
O Projeto AmpliAr representa um passo significativo na política de infraestrutura aeroportuária do governo federal, focando especificamente no fortalecimento da aviação regional e na conectividade entre cidades menores, que tradicionalmente têm menos opções de transporte aéreo.