10 anos do sumiço do MH370: busca será retomada em dezembro
Busca pelo voo MH370 será retomada após 10 anos

Uma das maiores incógnitas da história da aviação completa uma década sem respostas. O Ministério dos Transportes da Malásia anunciou, nesta quarta-feira (3), que a busca pelo voo MH370 da Malaysia Airlines será retomada no dia 30 de dezembro. A operação ocorre mais de dez anos após o Boeing 777 desaparecer misteriosamente durante a rota entre Kuala Lumpur e Pequim, em 2014.

Uma década de buscas e mistérios

O voo MH370 decolou em 8 de março de 2014 transportando 227 passageiros e 12 membros da tripulação. Pouco depois da decolagem, o contato com a aeronave foi perdido. Desde então, múltiplas operações de busca, principalmente no sul do Oceano Índico, foram realizadas, mas nenhuma conseguiu localizar a fuselagem principal do avião.

A mais recente tentativa, ocorrida em abril deste ano, foi suspensa após poucas semanas devido às condições climáticas adversas na região. Agora, a empresa de exploração marítima Ocean Infinity foi contratada para uma nova missão. Segundo o ministério, a busca será realizada de forma intermitente por 55 dias em uma área específica, considerada a de maior probabilidade para encontrar a aeronave, embora as coordenadas exatas não tenham sido divulgadas.

Termos financeiros e investigações

A operação segue os termos acordados entre o governo da Malásia e a Ocean Infinity. O contrato estabelece um pagamento de US$ 70 milhões à empresa caso sejam encontrados destroços substanciais durante a varredura de uma área de 15 mil km² no leito marinho. A mesma empresa já conduziu buscas até 2018, sem sucesso significativo.

As investigações sobre o desaparecimento apontam para uma ação deliberada. Um relatório oficial de 495 páginas, divulgado em 2018, concluiu que os controles da aeronave foram provavelmente manipulados para desviá-la de sua rota original. No entanto, os investigadores não conseguiram determinar quem foi o responsável e evitaram conclusões definitivas, afirmando que a resposta final depende da localização dos destroços.

Os investigadores analisaram os antecedentes do comandante e do copiloto, incluindo finanças, treinamento e saúde mental, e não encontraram nada considerado suspeito.

Vítimas e um legado de dor

O voo carregava uma diversidade de nacionalidades, sendo a maioria dos passageiros de origem chinesa. A bordo estavam:

  • Mais de 150 chineses
  • 50 malaios
  • Cidadãos da França, Austrália, Indonésia, Índia, Estados Unidos, Ucrânia e Canadá, entre outros.

Ao longo dos anos, destroços confirmados e outros itens, acredita-se pertencentes ao avião, apareceram na costa da África e em ilhas do Oceano Índico. Estas descobertas apenas alimentaram a angústia das famílias, que seguem exigindo respostas e indenizações.

Familiares das vítimas movem ações judiciais contra a Malaysia Airlines, a Boeing, a fabricante de motores Rolls-Royce e a seguradora Allianz. Para eles, a nova busca representa uma faísca de esperança em meio a uma década de incertezas e luto não resolvido.

A retomada da operação em dezembro reacende a possibilidade, ainda que tênue, de finalmente solucionar um dos enigmas mais perturbadores da era moderna da aviação e trazer um mínimo de paz aos entes queridos dos 239 desaparecidos.