Acidente aéreo em Teresina: 12 anos da tragédia que matou 4 em aula de voo
12 anos da queda de avião que matou 4 em Teresina

Doze anos se passaram, mas a dor permanece viva para as famílias que perderam seus entes queridos em um trágico acidente aéreo em Teresina. Na noite de 16 de dezembro de 2013, um avião monomotor caiu dentro do Aeroporto Senador Petrônio Portela, matando instantaneamente quatro pessoas: três estudantes de aviação e seu instrutor.

A tragédia que interrompeu sonhos

As vítimas foram identificadas como os alunos Marcos Ronald, de 27 anos, Guilherme Rodrigues, de 23, primo de Marcos, e Marcus Escórcio, também de 27. Eles eram estudantes do curso de Pilotagem Profissional de Aeronaves da Faculdade CET. Completava o grupo o piloto e instrutor Rodrigo Viana, de 32 anos. O acidente aconteceu por volta das 19h, durante uma aula de voo na aeronave Cessna 172, na cabeceira da pista do aeroporto.

O laudo pericial que investigou o caso foi conclusivo: a queda foi causada por uma falha mecânica, agravada por uma manutenção inadequada da aeronave. Na época, a instituição de ensino emitiu uma nota afirmando que suas operações seguiam rigorosamente os padrões dos órgãos reguladores, prevendo instrução teórica, aulas regulares e treinamento em simuladores.

A dor de um pai e a falta de apoio

João Filho, pai de Marcos Ronald, concedeu um emocionado depoimento nesta terça-feira (16), data que marca o aniversário da tragédia. Ele revelou que sempre teve um mau pressentimento sobre as aulas de voo do filho, mas não se opôs ao seu sonho. "Eu tive um pressentimento ruim no dia e já chorei muito hoje", desabafou. "Quando ele falou pra gente que ia começar com esse curso, eu tive um pressentimento muito ruim, mas ele seguiu. Sentimos muitas saudades, meu filho era um menino bom".

João estava no trabalho quando a notícia do acidente foi veiculada, interrompendo a programação da TV. Mesmo sem confirmação, seu coração de pai já sabia. "Ali eu tive o pressentimento que não eram empresários, que eram eles", relatou sobre a informação inicial equivocada. A família só recebeu a confirmação oficial das mortes por volta das 22h. Segundo João, o desamparo foi total: "Nós ficamos lá chorando na calçada, sem apoio algum". A Faculdade CET só entrou em contato com os familiares dois dias após o desastre.

Justiça em busca de respostas

O processo movido pelas famílias das vítimas, em especial pela família de Marcos Ronald, ainda não chegou ao fim. De acordo com o advogado Rodrigo Martins, que representa a família, eles já venceram em duas instâncias, mas a faculdade recorreu das decisões. "A família segue resiliente após 12 anos dessa tragédia aguardando a resposta final do judiciário", destacou o profissional.

O g1 entrou em contato com a Faculdade CET para um novo posicionamento sobre o caso e aguarda retorno. A tragédia de 2013 deixou marcas profundas não apenas nas famílias, mas também na comunidade de Teresina, servindo como um triste alerta sobre a importância crucial da manutenção adequada e da supervisão rigorosa no setor da aviação.