Atração turística paralisa durante operação
A tão esperada roda-gigante da Ponta Negra, em Manaus, viveu um momento de tensão na noite de sábado (22) quando o equipamento travou com passageiros a bordo. O incidente ocorreu pouco mais de 24 horas após a inauguração oficial da atração, que prometia ser um novo marco turístico para a cidade.
Momento de pânico nas alturas
As cabines estavam completamente lotadas quando a paralisação aconteceu, gerando cenas de desespero entre os visitantes. Através de vídeos compartilhados nas redes sociais, era possível ouvir relatos angustiados de pessoas presas no alto da estrutura. "Eu já chorei, eu ainda não queria vir. Estou presa aqui em cima", desabafou uma das passageiras em registro emocionante.
Testemunhas relataram que, antes da chegada do Corpo de Bombeiros, funcionários da empresa responsável tentaram manusear o equipamento sem utilizar os equipamentos de proteção individual adequados, aumentando a preocupação com a segurança das operações.
Investigação e acusações de sabotagem
O prefeito David Almeida entrou ao vivo nas redes sociais para abordar o ocorrido e surpreendeu ao sugerir que poderia ter havido sabotagem. Durante a transmissão, ele afirmou que a equipe do ex-vereador Amauri Gomes esteve no local para cortar os fios de energia, levantando suspeitas sobre as reais causas do problema.
Em nota oficial, a Prefeitura de Manaus repudiou "veementemente o ato de vandalismo ocorrido neste sábado, com a violação da caixa de energia elétrica que alimenta a roda-gigante". O município destacou que a ação criminosa coincidiu com a interrupção do funcionamento e representou risco à segurança da população.
Denúncia anterior ganha força
O incidente parece estar conectado a uma denúncia feita horas antes pelo próprio Amauri Gomes. Mais cedo no sábado, ele esteve na Ponta Negra alertando sobre uma suposta ligação clandestina de energia abastecendo a atração. Segundo ele, um engenheiro eletricista confirmou no local o uso irregular da rede elétrica da prefeitura.
"Eu estive hoje desde as 14h na Ponta Negra, nós estávamos denunciando, pois após fiscalização constatamos que havia uma ligação irregular e clandestina", explicou Gomes, que acionou Guarda Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Amazonas Energia.
O ex-vereador afirmou que aguardava as equipes no local quando o equipamento travou, reforçando a denúncia feita anteriormente. Ele também solicitou imagens das câmeras de segurança para apurar se houve falha técnica ou sabotagem intencional.
Detalhes da operação e valores
A roda-gigante, inaugurada na quinta-feira, apresenta ingressos com valores superiores aos inicialmente anunciados como "acessíveis". O ticket inteiro custa R$ 40 e a meia-entrada R$ 20, porém na compra online as taxas adicionais elevam os valores para R$ 46 e R$ 23, respectivamente.
A empresa responsável informou que haverá bilheteria presencial sem cobrança adicional. A atração ficará instalada por até seis meses na Ponta Negra, com cada volta durando aproximadamente dez minutos.
A prefeitura garante que o equipamento cumpre todos os trâmites legais, opera mediante outorga onerosa e segue as exigências técnicas do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb). O caso foi registrado no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e as investigações continuam.