
Uma tarde que começou como qualquer outra terminou em tragédia em Santo Antônio de Pádua, no interior do Rio. O fogo — aquele elemento que aquece, mas também devora — transformou uma casa em cinzas e uma vida em luto. A vítima? Uma mulher que, até então, tinha histórias pela metade, planos no armário e agora só deixa perguntas no ar.
Por volta das 15h desta quinta (15), os bombeiros chegaram ao local com sirenes que pareciam gritos, mas já era tarde demais. O que restou foi uma estrutura carbonizada e aquele cheiro de tragédia que gruda na roupa. A polícia, claro, está no pedaço — e não, não é daquelas cenas de série onde tudo se resolve em 50 minutos. A vida real dói mais e demora.
O que se sabe até agora?
Pouco. Demais. As chamas não deixaram pistas fáceis, só destruição. Os peritos trabalham como arqueólogos do caos, tentando decifrar se foi um curto-circuito (esses traiçoeiros), vazamento de gás ou algo mais sinistro. A vítima, cujo nome ainda não foi divulgado — família merece respirar antes do vendaval — não resistiu. O corpo foi encaminhado ao IML, porque até a morte burocratiza.
Moradores da região, aqueles que antes trocavam "bom dia" e receitas de bolo, agora sussurram nos cantos: "Como ninguém viu?", "Será que deu tempo de sentir algo?". Perguntas que, talvez, nunca tenham respostas.
E agora?
Além do óbvio luto, a cidade — aquela do interior onde todo mundo é quase parente — está com o clima pesado. A Defesa Civil vistoria imóveis vizinhos (porque fogo é igual fofoca: se espalha rápido), e a polícia promete — sempre promete — apurar tudo "com rigor". Enquanto isso, velas são acesas na calçada. Não por religião, mas porque luz atrai esperança.