Bares na Zona Sul do Rio ocupam calçadas e vagas de estacionamento
Moradores reclamam de ocupação de calçadas por bares

Problema afeta pedestres na Zona Sul do Rio

Moradores de bairros nobres da Zona Sul do Rio de Janeiro enfrentam dificuldades para circular pelas calçadas devido à ocupação por mesas e cadeiras de bares e restaurantes. A situação se tornou tão crítica que pedestres precisam caminhar pela rua, se expondo ao trânsito de veículos.

Relatos dos moradores

Um vídeo gravado no Leblon mostra a realidade enfrentada pela população local. As calçadas completamente tomadas por estabelecimentos comerciais, sem espaço para passagem. "Quando tem jogo ou é feriado eles tomam a curva toda da rua, só passa um carro e não consegue andar na calçada", desabafa o aposentado Caetano Martins.

O problema não se limita apenas às calçadas. Vagas de estacionamento também são ocupadas irregularmente, mesmo em horários não permitidos pela legislação municipal. Um vídeo feito numa segunda-feira durante o dia, quando os bares geralmente estão fechados, mostra estruturas montadas ocupando espaços destinados a carros.

O que diz a lei

Desde 2020, uma lei municipal permite que bares coloquem mesas e cadeiras nas calçadas do Rio. Antes desta regulamentação, apenas calçadas com mais de quatro metros de largura poderiam receber esse tipo de mobiliário, sendo necessário manter dois metros e meio livres para circulação de pedestres.

Atualmente, a legislação exige apenas um metro e meio de área livre para passagem. Além disso, o espaço deve ser demarcado e sinalizado claramente, algo que raramente é cumprido na prática.

Quanto ao uso das vagas de estacionamento, um decreto de 2023 estabelece regras específicas para as regiões consideradas polos gastronômicos:

  • Quintas, sextas e vésperas de feriado: a partir das 18h
  • Sábados: a partir das 16h
  • Domingos e feriados: a partir de 12h

A legislação também determina que as áreas usadas devem ser totalmente liberadas após o funcionamento e as calçadas não podem servir de depósito para mesas e cadeiras.

Fiscalização insuficiente

Horácio Magalhães, presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, critica a eficácia da fiscalização: "A fiscalização até existe, mas não adianta porque o descumprimento é diário e a fiscalização não consegue acompanhar o volume de reclamações".

A Secretaria de Ordem Pública informou que realiza fiscalizações periódicas e que intensificará as ações nos pontos mostrados na reportagem. Nos últimos 40 dias, foram aplicadas 216 multas por irregularidades, incluindo ocupação ilegal de calçadas.

A secretaria também alertou que as autorizações para colocar mesas e cadeiras em ruas e calçadas podem ser revogadas a qualquer momento se o estabelecimento não cumprir as regras estabelecidas.