
O bairro da Penha, na Zona Norte do Rio, acordou em sobressalto nesta quarta-feira. Por volta das 5h da manhã, labaredas tomaram conta de pelo menos três residências na Rua Uranos — e o que começou como um pequeno foco virou um pesadelo em questão de minutos.
Testemunhas relatam que o fogo se alastrou rápido demais, feito rastilho de pólvora. "A gente só ouviu os gritos e quando viu, já tava tudo alaranjado", conta Dona Marta, vizinha do local, ainda tremendo. Os bombeiros chegaram em 15 minutos (um tempo até razoável, considerando o trânsito caótico da região), mas aí já era.
O que sobrou
Das casas atingidas, restaram só esqueletos de tijolos e memórias carbonizadas. Dois imóveis tiveram que ser interditados — e olhe lá, porque a estrutura tá balançando que nem barco em mar revolto. A Defesa Civil não arriscou: "É risco iminente de desabamento", declarou o coordenador no local, esbaforido.
E as famílias? Bom, essas se viram. Algumas foram pra casa de parentes, outras ficaram dependendo da boa vontade dos vizinhos — porque abrigo municipal, só amanhã, se der sorte. "Perdi tudo, até a certidão de nascimento dos meus filhos", desabafa Rosana, mãe de dois, segurando um saco plástico com meia dúzia de pertences.
As causas?
Ah, aí entra o clássico "pode ser tudo e pode ser nada". Os peritos tão ciscando o local, mas já tem boato na rua:
- Falta de manutenção na fiação elétrica (aquela velha conhecida)
- Vela esquecida acesa (num bairro onde falta luz é quase rotina)
- Ou — quem sabe? — aquela bituca de cigarro mal-apagada
Enquanto isso, a fumaça ainda paira sobre a Penha, misturada com aquele cheiro acre de tragédia recente. E o pior? Isso poderia ter sido evitado. Mas aí já é outra história — mais longa e mais triste.