
Não é todo dia que uma vizinhança tranquila como o Henrique Leite vira palco de uma cena tão triste. Na tarde desta quarta-feira (30), um senhor de idade avançada foi encontrado sem vida dentro da própria casa — e o silêncio que se seguiu dizia mais que qualquer grito.
Segundo informações preliminares (e aqui a gente tem que tomar cuidado com os detalhes, porque a polícia ainda tá costurando os fatos), não havia sinais de violência aparente. Mas convenhamos: quando a morte chega assim, de mansinho, sem aviso prévio, a gente fica sempre com aquela pulga atrás da orelha. Será que não dava pra ter evitado?
O que se sabe até agora
A vizinhança — aquela turma que sabe até quantas vezes o cachorro do lado late por hora — foi quem deu o alarme. "Ele sempre acendia a luz da varanda ao entardecer", contou uma moradora que preferiu não se identificar. "Quando vi a casa escura dois dias seguidos, bateu um pressentimento ruim."
Os bombeiros, ao chegarem, confirmaram o pior. O corpo já estava em estado avançado de decomposição, o que sugere que o óbito ocorreu há pelo menos 48 horas. Nada de cartas de despedida, nada de indícios de briga. Só o relógio da parede marcando horas que não passavam mais pra ele.
As perguntas que ficam
- Por que ninguém percebeu antes?
- Como uma comunidade inteira deixa um vizinho "sumir" sem sentir falta?
- Até quando vamos tratar a solidão dos idosos como "problema deles"?
A delegacia regional já abriu inquérito pra apurar as causas da morte — embora tudo indique, no momento, que se trata de causas naturais. Mas convenhamos: morrer sozinho, sem ninguém pra segurar sua mão, é natural mesmo? Ou é o retrato mais cruel do nosso descaso coletivo?
Enquanto isso, no Henrique Leite, as crianças continuam brincando na rua como se nada tivesse acontecido. A vida segue, mas deixou pra trás uma lição amarga sobre como tratamos nossos velhos. E você, quando foi a última vez que visitou seu vizinho idoso?