
Era pra ser mais uma tarde normal no bairro industrial de Guarulhos, mas o cheiro de queimado e colunas de fumaça escura mudaram tudo. Por volta das 15h30, o inferno literalmente desceu sobre uma fábrica de embalagens — e não, isso não é exagero.
Testemunhas contam que as chamas começaram pequenas, quase tímidas, mas em questão de minutos viraram um monstro devorador. "Parecia um dragão cuspindo fogo", disse um motoboy que passava pelo local e preferiu não se identificar. Dramático? Talvez. Mas quem viu garante que a cena era digna de filme catástrofe.
O combate às chamas
Os bombeiros — esses heróis de uniforme amarelo — chegaram rápido, mas a batalha foi dura. Seis viaturas, dois caminhões pipa e uns 20 homens (ou anjos da guarda, depende do ponto de vista) trabalharam sem parar. A estratégia? Isolar o fogo antes que ele pulasse para os galpões vizinhos.
"A gente priorizou o perímetro", explicou um tenente dos bombeiros, suando como se tivesse corrido uma maratona. "O vento não ajudou — ele espalhava as chamas como criança brincando com dominó em chamas."
O saldo (ou o que sobrou)
Quando a fumaça baixou — literalmente — o cenário era desolador:
- Galpão principal: 70% destruído (e os 30% restantes não estão muito felizes)
- Máquinas: algumas viraram esculturas modernas de metal retorcido
- Estoque: virou cinza em tempo recorde
Milagre do dia? Zero feridos. "A gente treina evacuação todo mês", contou um funcionário ainda pálido. "Hoje o treino virou realidade."
E agora?
Enquanto os peritos fuçam nos escombros procurando a origem do incêndio (e torcendo pra não ser mais um caso de "gato" elétrico), a empresa já fala em reconstruir. Otimismo ou necessidade? Difícil dizer — afinal, era a principal fábrica do grupo.
Moradores reclamam do cheiro de plástico queimado que tomou o bairro. "Parece que alguém esqueceu o sanduíche no micro-ondas do tamanho de um quarteirão", brincou uma dona de casa, enquanto fechava janelas.
Uma coisa é certa: o cheiro de tragédia — no sentido literal — vai demorar a sair do ar em Guarulhos.