
Imagine ficar duas semanas sem conseguir trabalhar, estudar ou mesmo mandar uma mensagem no WhatsApp. Pois é exatamente essa a realidade de dezenas de famílias no bairro Eldorado, em Contagem (MG), desde que a internet sumiu misteriosamente no dia 1º de agosto.
A culpa? Uma simples troca de poste — dessas que deveriam levar horas, no máximo — transformou-se num verdadeiro pesadelo tecnológico. "É como se a gente tivesse voltado pra era do telegrama", brinca (sem graça) o autônomo Marcos Silva, que já perdeu três entregas por não conseguir confirmar pedidos.
O que deu errado?
Segundo relatos, a operadora responsável nem sequer avisou sobre a manutenção. Quando os moradores acordaram sem sinal, acharam que era problema no roteador — até descobrirem que toda a rua estava na mesma situação.
- Promessas vazias: "A cada ligação, dizem que vai voltar em 48h"
- Prejuízos acumulados: aulas online canceladas, home office impossibilitado
- Silêncio da empresa: nenhum comunicado oficial ou compensação
O mais absurdo? Enquanto isso, nas ruas vizinhas, a internet funciona normalmente. "Parece que caímos num buraco negro digital", desabafa a estudante Larissa Costa, que precisou ir até a casa da avó — a 5km de distância — para enviar trabalhos escolares.
E agora, José?
A Defesa do Consumidor já foi acionada, mas a lentidão parece rivalizar com a da reparação do serviço. Enquanto a luz no fim do túnel não aparece, os moradores improvisam:
- Uso de dados móveis (quando o sinal pega)
- Migração temporária para cafés com Wi-Fi
- Até "gatos" improvisados em redes vizinhas
"Na era da inteligência artificial, ficar sem internet é como ficar sem água", compara o aposentado João Mendes, que precisou adiar consultas médicas online. A operadora, por sua vez, limitou-se a dizer que "está trabalhando para normalizar o serviço" — frase que já virou piada entre os afetados.