Pastor morre em explosão na Grande Curitiba enquanto buscava melhores condições para filha autista
Pastor morre em explosão ao buscar tratamento para filha autista

Era pra ser mais um dia comum. O sol mal tinha nascido quando ele saiu de casa, como fazia há meses. Ninguém imaginava que aquele seria o último adeus.

O pastor evangelístico — que preferia ser chamado apenas de "servo" — trabalhava numa fábrica de colchões em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba. Não por necessidade financeira imediata, mas por um sonho maior: garantir terapias de ponta para a filha autista de 8 anos.

O acidente que mudou tudo

Por volta das 10h da manhã dessa terça (13), um estrondo ensurdecedor ecoou pelo bairro industrial. Testemunhas contam que viram uma bola de fogo subir ao céu — algo saído de pesadelo.

"Ele sempre dizia que faria de tudo pela pequena", lembra Maria (nome fictício), amiga da família há 15 anos, com a voz embargada. "Até trocar o púlpito pelo turno da madrugada."

Detalhes que doem

  • A explosão ocorreu no setor de compressores
  • Outros dois funcionários ficaram feridos
  • O Corpo de Bombeiros levou 12 minutos para controlar as chamas

Curitiba acordou com mais uma dessas notícias que deixam a gente sem ar. Aquela mistura de indignação e impotência que gruda na garganta.

Enquanto isso, num apartamento modesto da capital paranaense, uma criança espera o pai que não voltará. Com seu mundo particular de cores e silêncios, talvez nem compreenda ainda a dimensão da perda.

O caso segue sob investigação do Ministério Público do Trabalho. A fábrica emitiu nota de pesar, mas — adivinhem? — ninguém assumiu responsabilidades. Como sempre.