
Era pra ser mais uma viagem rotineira. Mas o que começou como um transporte comum de trabalhadores rurais virou um pesadelo de chamas na Rodovia João Mellão, em Avaré, nesta segunda-feira (18).
Por volta das 6h30, enquanto a madrugada ainda resistia, um cheiro forte de queimado invadiu a cabine. "A fumaça apareceu do nada", contou o motorista, ainda abalado. "Pensei: 'tá brincando, né?'. Mas o negócio era sério."
Corrida contra o tempo
Em questão de minutos — que pareceram horas —, as chamas tomaram conta da traseira do veículo. Os passageiros, cerca de 20, acordaram com gritos e conseguiram sair a tempo. Graças a Deus, né? Se fosse de noite, com todo mundo dormindo...
O Corpo de Bombeiros chegou rápido, mas o estrago já estava feito. O ônibus, um velho conhecido da rota Itapetininga-Avaré, virou cinzas. Só sobrou o esqueleto metálico — aquela estrutura que a gente vê em filmes de ação, sabe?
O que causou o incêndio?
Os peritos ainda investigam, mas a teoria principal é um curto-circuito no sistema elétrico. "Esses veículos antigos são uma roleta-russa", comentou um técnico da PRF, enquanto recolhia amostras. "Manutenção preventiva? Muitas empresas pulam essa etapa pra economizar."
E olha que irônico: a maioria dos passageiros ia justamente para uma fazenda que cultiva laranjas. Imagina a cena — o cheiro cítrico da plantação misturado à fumaça densa do acidente.
A Polícia Rodoviária interditou a pista por quase duas horas. O trânsito ficou um caos, com filas que se estendiam por quilômetros. Motoristas impacientes buzinavam, outros filmavam com o celular... Tipico cenário brasileiro, não?
E agora, José?
Os trabalhadores — todos assalariados de uma cooperativa local — foram realocados em outro ônibus. "A gente vive de sol a sol, e ainda tem que passar por isso", reclamou um senhor de 58 anos, as mãos calejadas segurando o boné. "Mas pelo menos tamo vivo."
A empresa responsável pelo transporte (que preferiu não se identificar) prometeu apurar as causas e indenizar os prejuízos. Só nos resta torcer para que cumpram a promessa — porque no papel, todo mundo é bonzinho.