
Não deu tempo de reagir. Num piscar de olhos, a situação escapou do controle — e o que era um dia tranquilo de pesca virou pesadelo. Na tarde de sábado (10/08), um homem de 45 anos, ainda não identificado oficialmente, entrou nas águas turvas da Represa do Ribeirão Santa Cruz, em Uberlândia, para tentar segurar o barco que teimava em fugir.
Testemunhas contam que ele sequer hesitou. Tirou a camisa, deu dois passos na margem e mergulhou. Só que a correnteza, traiçoeira como sempre nessa época do ano, puxou tudo: o barco, o homem, a esperança.
Minutos que viraram eternidade
"A gente gritou pra ele não ir, mas...", disse um vizinho, com a voz embargada. O Corpo de Bombeiros chegou em 12 minutos — tempo recorde pra região — mas já era tarde. Mergulhadores encontraram o corpo a quase 4 metros de profundidade, enroscado em galhos submersos.
Curiosamente, o barco foi achado intacto, encalhado a 200 metros dali. Ironia cruel, não? A vítima, segundo amigos, era experiente com embarcações. "Nunca imaginei que ele...", comentou o dono de um restaurante próximo, balançando a cabeça.
Risco invisível
Especialistas alertam: represas são armadilhas silenciosas. "Parecem calmas, mas têm correntes subterrâneas fortíssimas", explica o capitão Álvaro Mendes, do 5º Batalhão. Em 2025, já são 7 casos assim só no Triângulo Mineiro — 3 fatais.
- Nunca entre sozinho em águas desconhecidas
- Equipamentos flutuantes são obrigatórios, mesmo pra bons nadadores
- Se algo fugir, deixe ir. Objetos são substituíveis, vidas não
A família do homem — pai de dois adolescentes — recebeu apoio psicológico. Enquanto isso, na represa, só resta o balanço das águas e o eco de uma lição dura: a natureza não negocia.