Greve de ônibus em São Luís chega ao 6º dia sem previsão de fim
Greve de ônibus em São Luís completa 6 dias

Paralisação afeta milhares de passageiros na capital maranhense

A greve dos motoristas de ônibus de duas empresas do transporte público de São Luís completou seis dias nesta quarta-feira (19) sem previsão de encerramento. Os trabalhadores reivindicam o pagamento dos salários atrasados referentes ao mês de outubro, afetando o deslocamento de milhares de passageiros em aproximadamente 30 bairros da cidade.

Impasses entre SET e Prefeitura

O conflito entre o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) e a Prefeitura de São Luís se intensificou nos últimos dias. Os empresários cobram o repasse integral de 100% do subsídio municipal para regularizar os pagamentos aos funcionários. Por outro lado, a prefeitura alega que repassa apenas 80% do valor porque as empresas mantêm em circulação somente 80% da frota total.

O prefeito Eduardo Braide (PSD) foi enfático ao declarar que só autorizará o repasse total quando 100% dos ônibus voltarem a circular. "Se quiserem receber 100%, terão que rodar com 100% da frota", afirmou o gestor municipal.

Justiça determina prazo para comprovação de pagamentos

O Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA) intimou na terça-feira (18) o SET a comprovar o pagamento integral dos salários e do auxílio-alimentação de outubro. As empresas Transporte Marina Ltda., Expresso Rei de França Ltda. e Expresso Grapiúna Ltda. têm 48 horas para apresentar contracheques ou comprovantes de transferência bancária.

A decisão do desembargador Luiz Cosmo da Silva Júnior alerta que a falta de comprovação pode resultar na aplicação de uma nova multa diária ao sindicato patronal. A multa anterior, de R$ 100 mil, era restrita aos Rodoviários e não se aplica na fase atual do processo.

Prefeitura oferece vouchers de aplicativo

Enquanto o impasse persiste, a Prefeitura de São Luís iniciou o pagamento de vouchers para corridas por aplicativo no valor de R$ 30 (ida e volta) para a população afetada pela paralisação. A medida já está em vigor e busca amenizar os impactos da greve no deslocamento dos cidadãos.

Eduardo Braide chegou a sugerir o repasse direto do subsídio para uma conta na Justiça, mas o TRT-MA esclareceu que não recebe valores diretamente de entes públicos para repasse a empresas privadas, exceto no contexto de processos regularmente instaurados.

Bairros afetados pela paralisação

A greve atinge principalmente trabalhadores das empresas 1001 e Expresso Marina, afetando bairros das regiões periféricas, com destaque para a área da Cidade Operária/Cidade Olímpica. Entre as localidades impactadas estão:

  • Alto do Turu
  • Cidade Olímpica
  • Cidade Operária/São Francisco
  • Cohatrac
  • Forquilha
  • Maiobinha
  • Parque Vitória
  • Vila Esperança
  • Vila Isabel Cafeteira

O conflito entre SET e Prefeitura se arrasta há meses, com o sindicato alegando que a crise no transporte público se agravou pela falta de repasse de subsídios que já somam cerca de R$ 7 milhões. Desde fevereiro, por decisão liminar do TRT-MA, apenas 80% da frota de ônibus circula em São Luís, medida implementada para garantir atendimento mínimo durante períodos de greve.