Uma mudança histórica no comportamento do consumidor brasileiro foi revelada pela mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE. Pela primeira vez, os brasileiros gastaram mais com transporte por aplicativo do que com passagens de ônibus convencionais.
Números que Marcam uma Nova Era
Os dados mostram que, entre julho de 2022 e julho de 2023, as famílias destinaram em média R$ 47,74 por mês para serviços como Uber, 99 e outros aplicativos de mobilidade. Enquanto isso, os gastos com ônibus municipais e intermunicipais ficaram em R$ 44,28 mensais.
Essa inversão representa uma transformação significativa nos hábitos de mobilidade urbana no país. O transporte por aplicativo, que antes era visto como um serviço complementar ou de luxo, agora ocupa um lugar central no dia a dia dos brasileiros.
O Impacto da Pandemia e Mudanças de Comportamento
Especialistas apontam que a pandemia acelerou essa tendência, com muitas pessoas buscando alternativas ao transporte público por questões de segurança sanitária. Além disso, a conveniência e a praticidade oferecidas pelos apps consolidaram sua posição no mercado.
Outro fator relevante é a expansão desses serviços para além dos grandes centros urbanos, alcançando cidades médias e até mesmo menores em todo o território nacional.
Comparação com Outros Modais
- Metrô e trem: R$ 12,38 mensais
- Táxi tradicional: R$ 6,35 mensais
- Transporte escolar: R$ 31,08 mensais
- Transporte por aplicativo: R$ 47,74 mensais
- Ônibus: R$ 44,28 mensais
Os números mostram claramente como os aplicativos não apenas superaram o transporte tradicional, mas também reduziram significativamente a participação do táxi no orçamento familiar.
Reflexos na Economia e no Planejamento Urbano
Essa mudança tem implicações profundas para o planejamento das cidades e para as políticas públicas de mobilidade. As prefeituras e governos estaduais precisam repensar seus modelos de transporte à luz dessa nova realidade.
O crescimento dos aplicativos também reflete mudanças no mercado de trabalho, com milhares de brasileiros encontrando nessas plataformas uma fonte de renda alternativa ou principal.
A pesquisa do IBGE, realizada com 25.329 domicílios em todo o país, confirma que estamos diante de uma transformação estrutural nos hábitos de transporte dos brasileiros, com impactos que devem perdurar nos próximos anos.