Motorista Abandona Ônibus Escolar: Alunos Caminham no Cerrado sob Calor de 30°C em São Carlos
Motorista abandona ônibus com alunos no cerrado

Imagine a cena: quase quarenta graus de calor, o sol castigando e um grupo de estudantes completamente à própria sorte no meio do cerrado. Foi exatamente isso que aconteceu nesta sexta-feira (11) em São Carlos, quando um motorista de ônibus simplesmente lavou as mãos e deixou os passageiros - majoritariamente alunos do Instituto Federal - completamente desamparados.

O que deveria ser um trajeto rotineiro entre Ibaté e São Carlos se transformou num verdadeiro pesadelo. O motorista, sem maiores explicações, simplesmente estacionou o veículo e se recusou terminantemente a seguir viagem. E olha que não foi por falta de combustível ou problema mecânico - foi pura e simplesmente uma decisão pessoal.

"A gente não tinha opção"

Os estudantes, completamente perplexos com a situação, se viram entre a cruz e a espada. Ou esperavam Deus sabe por quanto tempo por uma solução da empresa, ou encaravam a pé os cerca de três quilômetros que os separavam do campus do IFSP. A escolha, digamos, foi pela ação.

Um dos alunos, mostrando mais presença de espírito que o próprio motorista, registrou tudo em vídeo. Nas imagens, dá para ver claramente o grupo caminhando pela estrada de terra, com a vegetação do cerrado de um lado e o calor implacável do outro. Uma cena que mais parecia filme de suspense, mas era a pura realidade.

Empresa se manifesta

A Viação São Carlos, responsável pelo transporte, tentou justificar o injustificável. Em nota, afirmou que o motorista alegou "problemas de saúde" - mas convenhamos, a versão não bate com o que os passageiros relataram. Ninguém viu o homem passar mal, nem demonstrar qualquer indisposição. Parecia mais um caso clássico de má vontade profissional.

O pior de tudo? Isso não é caso isolado. Moradores da região reclamam que situações assim são mais comuns do que deveriam. O transporte público, que deveria ser solução, acaba se tornando parte do problema.

E as consequências?

O Instituto Federal informou que vai abrir sindicância para apurar os fatos. A empresa, por sua vez, garante que o motorista será submetido a exames. Mas e os estudantes que tiveram que enfrentar o cerrado a pé? Esses ficam só com o trauma e a lição de que, às vezes, nem o transporte mais básico funciona como deveria.

É daquelas situações que deixam a gente pensando: até quando a educação vai ser tratada como questão secundária neste país? Os alunos chegaram sim ao destino, mas a que custo? A pergunta que fica é simples: amanhã pode ser seu filho nessa situação.