O centro de Ribeirão Preto vive um cenário de disputa por vagas de estacionamento com a proximidade do Natal. Motoristas enfrentam dificuldades para encontrar locais para estacionar mesmo com o sistema de rotativo em pleno funcionamento, que oferece mais de 1,3 mil vagas na região central.
Circuito por vagas se torna rotina no centro
A cena se repete diariamente: motoristas circulam incessantemente pelas quadras, retornam aos mesmos trechos e aguardam pacientemente pela liberação de qualquer vaga. O movimento intenso se concentra em vias tradicionais como São Sebastião, Barão do Amazonas, General Osório, Américo Brasiliense, Florêncio de Abreu, Duque de Caxias e Visconde de Inhaúma.
A corretora Bruna Neves compartilha a experiência comum a muitos: "A gente teve que rodar bastante, demorou muito pra poder achar vaga. Aqui no Centro é muito difícil". O problema se intensifica ao longo do dia, com o aumento gradual do fluxo de veículos.
Sistema de estacionamento rotativo sob pressão
Segundo a RP Mobi, o sistema de estacionamento rotativo do Centro conta atualmente com 1.315 vagas, sendo 1.230 distribuídas nas ruas comerciais e 85 na Rua Floriano Peixoto. O sistema funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados até 13h, com tarifas de R$ 1,50 por 1 hora e R$ 3 por 2 horas.
Porém, mesmo com a infraestrutura disponível, usuários relatam desafios na utilização dos parquímetros. A dona de casa Marinilda Araújo desabafa: "Nossa, é muito confuso. Às vezes você não consegue acompanhar. É mais difícil ainda se você tem algum problema de visão ou algo do tipo".
Diante do aumento na circulação no fim do ano, uma medida emergencial será implementada: a partir de 1º de dezembro, será permitido estacionar no lado direito da Rua José Bonifácio, entre a São Sebastião e a Francisco Junqueira.
Impacto no comércio e alternativas
O comércio local já sente os efeitos da situação. Helena Figueiredo, gerente de uma loja de calçados no Calçadão da General Osório, comenta: "Talvez ampliando o estacionamento rotativo em pontos estratégicos facilitaria mais pra gente".
Alguns consumidores estão optando por alternativas para evitar o estresse. A comerciante Solange Peres revela sua estratégia: "Eu não venho de carro porque não tem lugar pra parar. A cidade fica mais agitada, é bem melhor vir de aplicativo".
Os estacionamentos particulares se preparam para o pico de demanda. Elton Piachoski, proprietário de um estabelecimento no Centro, explica: "A gente estende o horário até as 22h a partir do dia 1º. Final do ano é o nosso décimo terceiro. O movimento aumenta fora do normal".
A dona de casa Keila Cristiane Lisboa já adotou a prática de ir direto aos estacionamentos pagos: "No Centro é bem difícil de parar. Se não for estacionamento, é impossível. Vim direto no particular porque sabia que não ia ter vaga, e a gasolina tá cara pra ficar rodando".
O cenário deve permanecer crítico até as vésperas do Natal, com o comércio funcionando em horários estendidos e o fluxo de consumidores aumentando progressivamente.