
A Via Dutra, aquela artéria vital que conecta Rio e São Paulo, testemunhou mais uma cena de horror nesta quarta-feira, 10. Por volta das 8h da manhã – justo no pico do rush, sabe como é –, o trecho próximo a São José dos Campos virou palco de uma tragédia que ceifou uma vida e parou o tráfego por quilômetros.
Dois gigantes de aço, carretas que cortam o país levando cargas e sonhos, se envolveram numa colisão frontal de partir o coração. O estrago foi tanto que um dos motoristas, infelizmente, não resistiu. Ainda não divulgam o nome dele – a família deve estar naquele desespero mudo, você imagina.
O trânsito, claro, ficou um caos. Uma lentidão de nada menos que 12 quilômetros se formou na pista sentido Rio, saindo do km 147. Quem estava ali, preso no carro, viu o helicóptero do Resgate se aproximando e deve ter sentido aquele frio na espinha. A Polícia Rodoviária chegou rápido, isolou a área, mas a imagem era desoladora: metal retorcido, vidros estilhaçados e a lembrança cruel de como a estrada é implacável.
E Agora, José?
O pior é que esse trecho da Dutra já é velho conhecido dos problemas. Não é a primeira vez e, tenho medo de dizer, não será a última. A via vive um paradoxo: é ao mesmo tempo a salvação e o pesadelo do caminhoneiro. A pressão por prazo, a jornada exaustiva, às vezes uma distração mínima... e basta um segundo para tudo mudar.
Enquanto as equipes trabalhavam para remover os veículos e liberar a pista, o prejuízo se calculava em horas perdidas, fretes atrasados e uma vida interrompida brutalmente. Uma cena que se repete com uma frequência assustadora pelas estradas do Brasil.
Será que a gente nunca vai aprender? A pergunta fica no ar, ecoando entre os motoristas que passavam devagar pela cena do crime – porque acidente de trânsito muitas vezes é isso, um crime sem culpado claro.