Nesta segunda-feira, 1º, a cidade de Santos, no litoral de São Paulo, deu um passo importante para a mobilidade urbana com a inauguração do tão aguardado segundo trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Após mais de cinco anos de expectativa, os primeiros passageiros puderam embarcar no novo percurso que conecta a Avenida Conselheiro Nébias ao histórico bairro do Valongo, no Centro da cidade.
Detalhes da nova operação e horários
A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) confirmou o início das operações, que acontecem em um horário parcial, das 9h às 15h. A viagem inaugural partiu da Parada Poupatempo às 9h, com destino à Parada Mauá. Segundo Jamille Consulin, superintendente de Transportes Coletivos e Hidroviários da Artesp, a fase inicial tem caráter experimental.
"Vamos abrir a operação comercial um pouco reduzida para sentir como funciona a demanda, quais são os possíveis ajustes. Aos poucos faremos o aumento até chegar no horário pleno", explicou em entrevista à TV Tribuna.
A expectativa da agência é de que o modal transporte aproximadamente 10 mil passageiros por dia. Como um incentivo para a população conhecer o novo serviço, não haverá cobrança de tarifa nos primeiros 15 dias de funcionamento. A previsão é que, após seis meses, o VLT opere em horário regular, das 5h30 às 23h30.
Características do novo trajeto e preparação
O novo trecho possui 8 quilômetros de extensão e conta com 12 estações estrategicamente localizadas próximas a pontos de grande circulação e interesse público. Entre os locais atendidos estão:
- Mercado Municipal
- Poupatempo
- Várias universidades
- Áreas comerciais movimentadas
- Terminal Valongo
Em preparação para o início das operações, a Prefeitura de Santos realizou um trabalho conjunto com os comerciantes localizados ao longo do trajeto. O objetivo foi discutir e encontrar soluções para demandas do setor, como vagas para carga e descarga.
Antonio Carlos Silva Gonçalves, presidente da CET-Santos, afirmou que a companhia analisou as necessidades apresentadas pelos lojistas de vias como Amador Bueno, João Pessoa e Visconde de São Leopoldo. "O objetivo do contato direto é tentar minimizar o impacto para o setor. Quando o modal estiver circulando comercialmente, a categoria terá interlocução conosco para fazermos os ajustes possíveis", garantiu.
Futuras expansões e contexto do projeto
O sistema VLT da Baixada Santista ainda tem um importante capítulo pela frente: a construção do terceiro trecho. Em setembro, uma vistoria técnica reuniu representantes da Artesp, CPTM, BR Mobilidade, CET-Santos e das prefeituras de Santos e São Vicente para avaliar a área onde será construída a ligação entre a Estação Barreiros, em São Vicente, e o bairro Samaritá, na Área Continental.
Este futuro trajeto permitirá uma conexão direta entre São Vicente e Santos. Quando concluído, o sistema completo terá 19,5 km de extensão e capacidade para atender cerca de 35 mil passageiros diariamente. O VLT se destaca por ser um transporte elétrico, silencioso, seguro e não poluente.
As obras de expansão em São Vicente estão sob responsabilidade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que assumiu o projeto após a extinção da EMTU. O contrato para conclusão das obras foi prorrogado até abril de 2027.
A entrega deste segundo trecho foi marcada por significativos atrasos, que totalizaram mais de cinco anos de espera pela população santista. A inauguração, portanto, representa a concretização de uma promessa antiga e a chegada de uma nova opção de mobilidade sustentável para a região.