Caminhonete com material escolar tomba em ramal no Acre; secretário lamenta estado das estradas
Veículo com material para escola indígena tomba no interior do Acre

Uma caminhonete que realizava o transporte de materiais de construção para uma escola indígena tombou em um ramal no interior do Acre. O acidente ocorreu na última semana no ramal do Icuriã, no município de Assis Brasil, mas felizmente não resultou em feridos.

Destino era aldeia Boca do Riozinho

O veículo estava a caminho da aldeia Boca do Riozinho, em Assis Brasil, carregando itens essenciais para as obras da nova escola. Segundo informações confirmadas pela Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE-AC) ao g1, a carga era composta por sacas de cimento, vasos sanitários e areia.

O secretário estadual de Educação, Aberson Carvalho, já determinou a reorganização do transporte para que a construção do estabelecimento de ensino não seja interrompida. Ele destacou a logística complexa de atuar em áreas remotas do estado.

Condições precárias dos ramais são apontadas como causa

Em suas declarações, o secretário atribuiu o ocorrido diretamente às más condições da via. "Quem conhece a educação do campo e da floresta no Acre sabe que esse tipo de situação não é novidade", afirmou Carvalho. Ele explicou que os ramais são longos, instáveis e exigem logística pesada para garantir a entrega de materiais.

Carvalho lamentou a situação das estradas no interior acreano e usou o episódio para enfatizar os desafios diários de trabalhar na Amazônia. "Trabalhar na Amazônia significa enfrentar esses desafios todos os dias, e mesmo assim seguimos levando estrutura e garantindo o direito à educação onde antes só havia distância e isolamento", declarou.

Contexto de reclamações sobre infraestrutura

O acidente chama a atenção para um problema crônico na região. Recentemente, moradores de vários ramais no Acre têm realizado protestos, chegando a fechar trechos da BR-364, para reivindicar melhorias na manutenção das vias, policiamento e iluminação.

Esse cenário de infraestrutura deficitária impõe obstáculos adicionais a políticas públicas essenciais, como a garantia do direito à educação para comunidades indígenas e ribeirinhas. Apesar do revés, a Secretaria de Educação garante que os trabalhos de construção da escola na aldeia Boca do Riozinho continuam.