Motociclistas representam quase metade das vítimas fatais no trânsito
Os motociclistas continuam sendo as principais vítimas de acidentes de trânsito nas cidades de Itapetininga e Sorocaba, no interior de São Paulo. Dados atualizados do Sistema de Informações Gerenciais de Sinistros de Trânsito (Infosiga) mostram um cenário preocupante que exige atenção redobrada de todos os usuários das vias.
Números revelam situação crítica
Em Itapetininga, o balanço de janeiro a outubro de 2024 registrou 32 mortes em acidentes de trânsito, sendo que 15 dessas vítimas eram motociclistas. Já no mesmo período de 2025, houve uma redução para 27 óbitos no total, com nove motociclistas entre as vítimas fatais.
Na vizinha Sorocaba, a situação se mostra ainda mais grave. Entre janeiro e outubro de 2024, foram contabilizadas 108 mortes no trânsito, com impressionantes 62 motociclistas entre as vítimas. Em 2025, no mesmo intervalo de tempo, o número total caiu para 94 óbitos, sendo 49 deles condutores de motocicletas.
Histórias reais por trás das estatísticas
Por trás dos números frios existem histórias de vida interrompidas e famílias transformadas. Diego Silva, motoboy que depende da motocicleta para seu sustento familiar, conhece bem os riscos das ruas. Há dois anos, ele foi vítima de um acidente causado pela imprudência de outro motorista.
"Eu estava na faixa da esquerda e uma motorista na faixa da direita resolveu fazer conversão à esquerda sem dar seta", relata Diego. "Na época minha esposa estava grávida e quase perdemos nosso bebê. Fiquei um mês praticamente sem trabalhar".
Casos como o de Diego se repetem com frequência alarmante. Em setembro deste ano, uma motociclista foi arremessada após colidir com a traseira de um carro na Avenida Nisshimbo Brasil, em Itapetininga, mas conseguiu sobreviver. Já em outubro, uma jovem de 19 anos não teve a mesma sorte - ela morreu após ser atingida por um carro na Rua Doutor Fernando Costa, no centro da cidade.
Conversões sem sinalização são principal risco
As manobras de conversão realizadas sem a devida sinalização aparecem como uma das principais causas desses acidentes graves. Especialistas em trânsito alertam que a combinação entre falta de atenção e desrespeito às normas de trânsito cria um cenário perfeito para tragédias.
O instrutor de autoescola Aguinaldo Vieira explica que a segurança começa com planejamento e sinalização antecipada. "O condutor precisa comunicar suas intenções com antecedência suficiente para que os outros usuários da via possam se preparar e reagir adequadamente", destaca.
A Polícia Militar reforça essa orientação. O comandante Fernando Wey lembra que a sinalização não é uma opção, mas uma obrigação prevista no Código de Trânsito Brasileiro. Além disso, os motoristas precisam observar atentamente as faixas da via e os demais usuários antes de realizar qualquer manobra.
As autoridades alertam que apenas com a conscientização de todos - motoristas, motociclistas e pedestres - será possível reduzir significativamente esses números trágicos que afetam tantas famílias na região.