
Uma história que comoveu o interior paulista ganha novos capítulos. O irmão de Maria Eduarda Alves dos Santos, ciclista de 23 anos morta em um trágico acidente no último dia 20 de outubro, concedeu sua primeira entrevista desde que o motorista envolvido no atropelamento - um juiz aposentado - foi formalmente indiciado.
A dor que não cicatriza
Em conversa emocionante, o irmão da vítima descreve os últimos meses como um "pesadelo sem fim". "São dias de muita saudade e revolta", compartilha ele, destacando que a família busca forças para seguir em frente enquanto aguarda por justiça.
O caso ocorreu na Rodovia Marechal Rondon, um dos principais corredores viários da região de Araçatuba, quando Maria Eduarda pedalava pela faixa lateral da estrada. Segundo investigações, o veículo dirigido pelo juiz aposentado Miguel Angelo Sampaio, de 72 anos, invadiu a faixa destinada aos ciclistas.
O longo caminho até o indiciamento
O processo investigativo que levou ao indiciamento do juiz aposentado incluiu:
- Perícia técnica detalhada no local do acidente
- Análise do veículo envolvido no atropelamento
- Depoimentos de testemunhas que presenciaram o ocorrido
- Laudos que comprovaram a invasão da faixa de ciclistas
O delegado responsável pelo caso enfatizou que as evidências coletadas foram fundamentais para embasar o indiciamento por homicídio culposo no trânsito.
Um apelo por conscientização
Além da busca por justiça, a família de Maria Eduarda transformou sua dor em um movimento pela segurança de ciclistas. "Queremos que a morte da minha irmã sirva de alerta", afirma o irmão, destacando a necessidade de maior respeito aos usuários de bicicletas nas rodovias.
O caso reacendeu o debate sobre a convivência entre diferentes modais de transporte nas estradas do interior paulista, especialmente em vias de alto fluxo como a Marechal Rondon.
O que esperar dos próximos passos
Com o indiciamento formalizado, o processo segue agora para a fase de denúncia pelo Ministério Público. Especialistas em direito penal explicam que, se aceita a denúncia, o juiz aposentado responderá formalmente ao processo na Justiça.
Enquanto aguarda os desdobramentos legais, a família mantém viva a memória de Maria Eduarda através de homenagens e do sonho de ver suas estradas mais seguras para todos os ciclistas.