
O que começou como mais um dia comum de trabalho terminou em tragédia. Cruzamentos — aqueles pontos onde vidas se cruzam e destinos podem mudar para sempre. Foi num desses que a rotina de entregas de um jovem de 26 anos foi interrompida brutalmente.
Era por volta das 19h30 de sexta-feira, aquela hora em que a cidade já está escura mas ainda pulsa com a movimentação de quem volta do trabalho ou sai para jantar. O entregador — cujo nome ainda não foi divulgado — trafegava de moto pela Rua Rio de Janeiro, no Bairro São Cristóvão. Uma rota comum, dessas que se faz no automático depois de tantas entregas.
O momento do impacto
De repente, no cruzamento com a Rua Santa Cruz, o inesperado. Um carro — ainda não identificado pelas autoridades — simplesmente não viu a moto. Ou viu tarde demais. O choque foi violento, daqueles que ecoa na memória de quem presencia.
Testemunhas contam que tudo aconteceu num piscar de olhos. Uma cena que vai direto para aquela pasta mental onde guardamos as imagens que gostaríamos de esquecer. O som do metal se deformando ainda ecoava quando as primeiras pessoas correram para ajudar.
A corrida contra o tempo
O Samu chegou rápido, mas algumas batalhas já estão perdidas antes mesmo de começarem. Os paramédicos fizeram de tudo — a gente sabe como esses profissionais se dedicam — mas as lesões eram graves demais. Muito graves.
No hospital, a equipe médica travou sua própria batalha silenciosa nos corredores iluminados por luzes fluorescentes. Às 20h08, veio a confirmação que ninguém quer dar: morte por traumatismo craniano. Três palavras que resumem uma vida inteira interrompida.
Quem era o entregador?
Aos 26 anos, ele representava tantos outros jovens que encontraram no trabalho por aplicativo uma forma de ganhar a vida. Dignidade sobre duas rodas, enfrentando sol, chuva e o risco constante do trânsito.
Não era só um entregador — era filho, talvez irmão, amigo. Alguém que tinha planos, contas para pagar, sonhos para realizar. Aquele tipo de pessoa que passa por nós todos os dias sem que a gente perceba, mas que sustenta o funcionamento das cidades modernas.
E agora?
A Polícia Militar assumiu o caso e já iniciou as investigações. Resta saber: o motorista fugiu? Foi imprudente? Estava distraído? São perguntas que ecoam no vácuo deixado pela tragédia.
Enquanto isso, em algum lugar de Nova Serrana, uma família recebe a notícia que toda família de motoboy teme receber. Aquela ligação ou batida na porta que transforma um dia comum no pior dia da vida.
E a cidade segue, é claro. Os aplicativos continuam pingando com pedidos, outros entregadores assumem as rotas, o trânsito flui. Mas num cruzamento específico do São Cristóvão, o asfalto guarda a memória de quem não chegou ao destino.