Era pra ser mais um dia comum nas estradas poeirentas do interior piauense, mas o destino — esse artista caprichoso e cruel — tinha outros planos. Uma tarde de sexta-feira que prometia ser tranquila se transformou num pesadelo sem volta para uma família de Bom Jesus.
Por volta das 16h30, sabe aquele horário em que o sol já começa a se despedir, pintando tudo com tons alaranjados? Pois bem. Foi exatamente nesse momento que a vida de uma criança de sete anos foi interrompida brutalmente. Uma motocicleta e um caminhão-pipa se encontraram de forma violenta na PI-130, bem no trecho que corta a zona rural da cidade.
Os detalhes são de cortar o coração: testemunhas contam que o pequeno estava na garupa da moto, pilotada por um adulto — que, por um milagre ou puro acaso, sobreviveu ao impacto. Ele foi levado às pressas para o hospital, mas a criança… ah, a criança não resistiu. Os socorristas chegaram rápido, mas já era tarde demais.
O que sabemos até agora?
A Polícia Militar ainda está apurando as causas exatas do acidente. Não dá pra cravar com certeza absoluta — afinal, investigação leva tempo —, mas tudo indica que fatores como visibilidade, velocidade ou até mesmo a condição da pista possam ter influenciado. A BR-230, que corta a região, é conhecida por seus trechos perigosos, mas acidentes assim doem muito mais.
O caminhão-pipa, por sinal, é um veículo comum na região, usado para abastecer comunidades que sofrem com a seca — ironia trágica, pensar que um símbolo de auxílio se tornou parte de uma tragédia.
E a comunidade? Como fica?
Bom Jesus é daquelas cidades onde todo mundo se conhece. Notícias assim ecoam rápido e machucam profundamente. Redes sociais se encheram de mensagens de pesar, velas virtuais e pedidos de justiça — ou, pelo menos, de mais cuidado nas estradas.
É aquela coisa: a gente sempre acha que acidente é coisa que só acontece com os outros, até o dia em que bate à nossa porta. E quando a vítima é uma criança, a ferida fica ainda mais aberta.
Enquanto a família chora a perda irreparável, lembramos o óbvio que muitas vezes ignoramos: segurança no trânsito não é detalhe. É necessidade. Vida que se vai não volta mais.
