
Era pra ser mais um dia normal. O que ele não imaginava — e quem imagina? — é que uma simples linha de pipa, daquelas que a gente vê colorindo o céu, se transformaria numa armadilha mortal.
O caso aconteceu na manhã desta segunda-feira (25), na Rodovia SP-310, altura do km 429, em São José do Rio Preto. Segundo testemunhas, o motociclista seguia tranquilo pela pista quando, do nada, veio o golpe. Uma linha com cerol — sim, aquela mistura de cola e vidro que todo mundo sabe que é proibida — simplesmente cortou o rosto dele e ainda severou os tendões de dois dedos da mão.
O socorro foi imediato, mas a cena era de cortar o coração. O Samu chegou rapidamente e encontrou o homem ensanguentado, consciente, mas em estado lastimável. Eles fizeram os primeiros atendimentos ali mesmo, na estrada, e depois correram para levá-lo ao Hospital de Base. Médicos que acompanham o caso já adiantaram: a situação é séria, muito séria.
Não é a primeira vez, e provavelmente não será a última
O cerol e a chamada 'linha chilena' são velhos conhecidos das autoridades — e uma ameaça constante para motociclistas e até ciclistas. A gente ouve falar, vê campanhas, mas os casos se repetem. E o pior? As consequências são sempre devastadoras.
Em 2023, não muito longe dali, um adolescente morreu depois de ser atingido por uma linha com cerol enquanto pilotava. A história se repete, e a pergunta que fica é: até quando?
O que diz a lei?
Em São Paulo, desde 2019, é crime fabricar, vender ou usar cerol e linha chilena. A multa pode chegar a R$ 1.300, mais aquela velha história: o problema não é a lei, é a fiscalização. E, convenhamos, prender quem solta pipa é praticamente impossível.
"É uma situação frustrante", comenta um agente da Polícia Rodoviária que prefere não se identificar. "A gente sabe o perigo, faz blitz, apreende rolo de linha, mas é como enxugar gelo. A conscientização tem que vir de casa."
Enquanto isso, nas estradas e ruas, motociclistas seguem na mira de um perigo invisível — e silencioso.
O estado do motociclista ainda preocupa. Ele segue internado, lutando pela recuperação dos movimentos da mão e aguardando cirurgias complexas. Um lembrete doloroso, e caro, de que algumas brincadeiras de criança podem, sim, ter fim trágico.