
Às vezes a vida nos prega peças duras demais. Foi o que aconteceu na última quinta-feira, aquela que parecia ser apenas mais um dia comum nas estradas de Goiás. Edson Batista, 54 anos, seguia sua rotina na BR-153, perto de Inhumas, quando tudo mudou num piscar de olhos.
O acidente que tirou sua vida não foi apenas mais uma estatística no noticiário policial. Tornou-se algo maior, muito maior. Nas redes sociais, a história desse homem simples, que dedicou mais de três décadas ao volante, tocou fundo no coração de milhares de pessoas.
O homem por trás do volante
Edson não era apenas um motorista de caminhão. Era pai dedicado, marido amoroso e amigo leal. Natural de Anápolis, construiu sua vida entre estradas e prazos de entrega, mas sempre mantendo as prioridades claras. "Ele vivia pela família", conta um primo que preferiu não se identificar. "O trabalho era importante, mas o que realmente importava estava em casa."
Trinta e cinco anos nas estradas. Três décadas e meia enfrentando chuva, sol, madrugadas frias e estradas esburacadas. Uma vida inteira dedicada a mover o país - literalmente. E sabe o que é mais impressionante? Nunca perdeu o brilho nos olhos pela profissão.
O acidente que comoveu a web
O que exatamente aconteceu naquele trecho da BR-153 ainda está sendo investigado. Testemunhas falam em uma tentativa de ultrapassagem que deu errado, mas os detalhes precisos só sairão com o laudo pericial. O que sabemos é que Edson não resistiu aos ferimentos.
Mas aqui vem a parte que mexe com a gente: enquanto a notícia se espalhava, algo extraordinário acontecia nas redes sociais. Pessoas que nunca haviam conhecido Edson pessoalmente começaram a compartilhar histórias, a expressar solidariedade, a criar uma corrente de apoio espontânea.
Por quê? Talvez porque, no fundo, todos nós conhecemos um "Edson" na vida. Aquele trabalhador incansável, que sai de casa antes do amanhecer e volta quando a noite já está avançada. Aquele que mantém o país funcionando, mesmo quando ninguém está olhando.
O legado que fica
Edson deixa esposa, dois filhos adultos e uma neta de cinco anos que, segundo familiares, era sua "menina dos olhos". Deixa também colegas de profissão que o descrevem como "o tipo de pessoa que faria de tudo por um amigo".
Num mundo onde as notícias de trânsito muitas vezes se resumem a números e estatísticas, a história de Edson nos lembra algo crucial: por trás de cada acidente há uma vida, uma história, sonhos interrompidos e pessoas que ficam.
As redes sociais, tantas vezes criticadas pela frieza, mostraram seu lado humano. Demonstraram que, quando queremos, somos capazes de transformar tragédias em momentos de união e reflexão.
Agora, enquanto a família se prepara para o velório em Anápolis, resta a pergunta que não quer calar: quantos "Edsons" precisam perder a vida até que as estradas brasileiras se tornem mais seguras? A resposta, infelizmente, parece estar cada vez mais distante.