
A BR-290, principal ligação rodoviária entre o Rio Grande do Sul e a Argentina, se transformou em um palco de tragédias anunciadas. Com uma duplicação que nunca foi concluída, problemas estruturais críticos e um histórico assustador de mais de 160 mortes, esta rodovia representa um dos maiores desafios de infraestrutura e segurança viária do sul do país.
Obra inacabada: um projeto esquecido pelo tempo
Os trabalhos de duplicação da BR-290 iniciaram com promessas de modernização e segurança, mas rapidamente caíram no esquecimento. Trechos que deveriam estar duplicados há anos permanecem com pistas simples, criando pontos críticos onde os acidentes se tornam frequentes e muitas vezes fatais.
Estrutura comprometida: os perigos escondidos na pista
A situação vai além da obra paralisada. A rodovia apresenta problemas graves em sua infraestrutura básica:
- Sinalização deficiente e insuficiente
- Pavimentação desgastada e irregular
- Falta de acostamentos adequados
- Pontos de ultrapassagem perigosos
Números que assustam: a triste contabilidade das vidas perdidas
As estatísticas são implacáveis: mais de 160 pessoas perderam a vida na BR-290 nos últimos anos. Cada número representa uma história interrompida, uma família devastada e um alerta que não pode mais ser ignorado pelas autoridades.
O impacto econômico e social
Além do custo humano, a situação precária da rodovia afeta diretamente o desenvolvimento regional:
- Prejuízos ao comércio exterior com a Argentina
- Aumento nos custos de transporte de mercadorias
- Isolamento de comunidades ribeirinhas
- Desvalorização imobiliária nas áreas próximas
O que dizem as autoridades?
Enquanto a população clama por soluções, as respostas oficiais têm sido marcadas por promessas não cumpridas e adiamentos sucessivos. A falta de continuidade nas gestões públicas e a escassez de recursos são apontadas como as principais causas do abandono.
A BR-290 não é apenas uma estrada - é um símbolo do descaso com a infraestrutura nacional e um alerta sobre o preço que a sociedade paga quando obras essenciais são negligenciadas. Enquanto a duplicação não for concluída e os problemas estruturais não forem resolvidos, as tragédias continuarão sendo uma realidade constante nesta que deveria ser uma via de progresso, mas se tornou um caminho de luto.