
O que era para ser um domingo tranquilo nas estradas da Bahia se transformou em um dia de absoluto caos e luto. Duas ocorrências brutais, ambas na temida BA-502, ceifaram vidas e deixaram um rastro de destruição que vai muito além do asfalto esburacado.
O primeiro capítulo dessa tragédia aconteceu por volta das 8h da manhã, num trecho que corta o distrito de Jaguara. Um Ford Ka, azul — a cor do céu que seus ocupantes não voltariam a ver — colidiu de frente com um caminhão. O impacto? Descomunal. Os bombeiros tiveram que trabalhar com as chamadas 'ferramentas pesadas', aquelas que ninguém quer ver de perto, para conseguir extrair as vítimas dos ferros retorcidos.
E aí, quando você pensa que o pior já passou, a estrada prega outra peça. Quase no mesmo horário, mas no povoado de Lagoa Grande, outro desastre. Dessa vez, um Fiat Uno preto e uma motocicleta se encontraram da pior maneira possível. O motociclista, ainda não identificado, não teve a menor chance.
Os números frios de uma manhã quente
Quando a poeira baixou — literalmente —, a conta era assustadora:
- 2 mortos: Uma vida perdida em cada uma das colisões.
- 4 feridos: Transportados às pressas para unidades de saúde, seus estados variam entre grave e estável.
O SAMU, esses heróis de plantão que a gente só lembra na hora do desespero, foi acionado rapidamente. Eles correram contra o relógio para prestar os primeiros socorros. Dois homens, vítimas do acidente com o Ford Ka, foram levados para o Hospital de Emergência de Feira de Santana. Um deles, infelizmente, não resistiu. Já o motociclista, a segunda vítima fatal, foi declarado morto ainda no local — uma cena dura para qualquer um, até para os profissionais mais experientes.
E agora, José?
A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) assumiu as investigações. Eles estão lá, tentando juntar os cacos — metafóricos e literais — para entender o que diabos aconteceu naquela manhã. Excesso de velocidade? Ultrapassagem arriscada? Falha mecânica? As perguntas são muitas e as respostas, ainda escassas.
Uma coisa é certa: a BA-502, mais uma vez, mostrou suas garras. Essa rodovia, que é uma artéria vital para a região, vive nessas estatísticas macabras. E a gente fica aqui se perguntando: quantas vidas ainda precisam ser perdidas antes que algo mude de verdade?
Enquanto as famílias choram suas perdas irreparáveis, o que resta é uma reflexão amarga sobre a nossa fragilidade e a impunidade que parece reinar no asfalto quente do interior baiano.