
Uma descoberta científica promete revolucionar o combate à poluição por plásticos nas águas. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto desenvolveram um método inovador capaz de eliminar até 92% do bisfenol A (BPA) – substância altamente tóxica presente em plásticos – de ambientes aquáticos contaminados.
Tecnologia sustentável e acessível
A grande vantagem desta nova técnica está na sua simplicidade e custo-benefício. Os cientistas utilizaram carvão ativado produzido a partir de biomassas renováveis, como cascas de laranja e bagaço de cana-de-açúcar, tornando o processo não apenas eficiente, mas também ambientalmente sustentável.
"Nosso objetivo era criar uma solução que fosse tanto eficaz quanto economicamente viável para aplicação em larga escala", explica um dos pesquisadores envolvidos no projeto.
Riscos do bisfenol A para a saúde
O bisfenol A é um composto químico amplamente utilizado na produção de plásticos policarbonatos e resinas epóxi. Estudos científicos já comprovaram que esta substância:
- Pode causar desregulação hormonal
- Está associada a problemas de fertilidade
- Pode aumentar o risco de desenvolvimento de certos tipos de câncer
- Está relacionada a distúrbios no desenvolvimento infantil
Aplicações práticas da nova tecnologia
O método desenvolvido pela USP tem potencial para ser aplicado em diversos cenários:
- Estações de tratamento de água e esgoto
- Sistemas de filtragem doméstica
- Processos industriais para redução de poluentes
- Remediação de rios e lagos contaminados
Próximos passos da pesquisa
A equipe de cientistas já está trabalhando na otimização do processo para alcançar eficiência ainda maior e na adaptação da tecnologia para remover outros tipos de contaminantes emergentes das águas.
"Estamos muito animados com os resultados e confiantes de que esta tecnologia poderá contribuir significativamente para a melhoria da qualidade da água em nosso país", comemora a coordenadora da pesquisa.
Esta inovação coloca o Brasil na vanguarda das pesquisas ambientais e demonstra o potencial da ciência nacional para desenvolver soluções sustentáveis para problemas globais.