O Palácio do Planalto está executando uma estratégia diplomática ousada ao buscar aproximação com a equipe de Donald Trump, enquanto trabalha para conter os estragos causados pelas recentes declarações do presidente Lula sobre o conflito entre Israel e Hamas.
Crise diplomática e a corrida contra o tempo
As comparações feitas por Lula entre as ações de Israel em Gaza e o Holocausto nazista desencadearam uma crise diplomática sem precedentes, resultando na declaração de persona non grata ao presidente brasileiro por parte de Israel. O governo agora corre contra o tempo para:
- Reparar as relações com Israel
- Evitar um desgaste internacional prolongado
- Preparar terreno para possíveis mudanças na Casa Branca
A aposta em Trump
Fontes do Planalto revelam que há expectativas positivas em relação a um possível governo Trump. A avaliação é que o republicano poderia trazer uma postura mais pragmática em relação ao conflito no Oriente Médio, diferentemente do apoio incondicional de Biden a Israel.
"Há uma percepção de que Trump poderia ser mais aberto ao diálogo sobre a questão palestina", afirmou uma fonte governamental sob anonimato.
Contatos discretos
O governo brasileiro já mantém canais de comunicação com assessores próximos a Trump, buscando estabelecer pontes para um relacionamento produtivo caso o republicano vença as eleições em novembro.
O peso das declarações
As declarações de Lula em Adis Abeba durante a cúpula da União Africana não apenas acirraram os ânimos com Israel, mas também:
- Criaram mal-estar com a comunidade judaica brasileira
- Colocaram em risco acordos comerciais e de cooperação tecnológica
- Exigiram uma operação de contenção de danos em múltiplas frentes
O Itamaraty trabalha agora para suavizar o tom sem recuar completamente das críticas à operação militar israelense em Gaza.
O jogo duplo do Planalto
Enquanto isso, o governo mantém o diálogo com a administração Biden, buscando não queimar pontes com o atual ocupante da Casa Branca. É um jogo de equilíbrio delicado que testa a habilidade diplomática brasileira em um cenário geopolítico polarizado.
O desfecho desta crise e o sucesso da aposta em Trump podem definir os rumos da política externa brasileira nos próximos anos.