
Parece que o boom dos cigarros eletrônicos encontrou um obstáculo sério — e digital. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) simplesmente deu um ultimato que ecoou pelos corredores virtuais de todo o país.
E não foi um avisozinho qualquer. Foi daqueles de fazer tremer as bases: plataformas de venda online e redes sociais têm apenas 48 horas, contadas a partir da notificação, para apagar qualquer conteúdo que promova, anuncie ou facilite a venda desses dispositivos. Sim, você leu certo. Dois dias. Um piscar de olhos no mundo digital.
Não é de hoje que a agência mantém a proibição da comercialização, importação e propaganda de DEFs (Dispositivos Eletrônicos para Fumar) no Brasil. Mas a guerra migrou para o ambiente online, onde anúncios e influencers pareciam driblar a regulação com certa facilidade. Essa medida, publicada no Diário Oficial da União, é a resposta mais dura até agora.
E o que acontece com quem não obedecer?
Ah, aí a coisa fica feia. As penalidades não são brincadeira. A Anvisa pode aplicar multas que beiram o absurdo — e elas são progressivas. Ou seja, cada dia de atraso na remoção é um novo boletinho chegando, mais salgado que o anterior.
Não bastasse o prejuízo financeiro, as plataformas ainda podem sofrer outras sanções administrativas, que vão desde advertências públicas até a suspensão temporária das atividades. Um verdadeiro pesadelo corporativo.
Mas por que tanta pressa?
Bom, a justificativa da agência é clara: trata-se de uma questão urgente de saúde pública. Os DEFs, especialmente os popularmente conhecidos como vapes, representam um risco significativo, principalmente para os mais jovens, atraídos pelos sabores e pelo marketing agressivo — muitas vezes disfarçado de inofensivo.
É uma batalha contra o tempo. A velocidade com que um anúncio viraliza é assustadora, e a Anvisa parece ter acordado para isso. A estratégia agora é combater fogo com… bem, com prazos curtíssimos.
O impacto disso no comércio digital será imenso. Marketplaces gigantes, aplicativos de venda e até grupos privados em redes sociais terão que correr contra o relógio para se adequar. Vai dar um trabalhão danado para os moderadores de conteúdo, pode apostar.
E você, que talvez tenha visto algum anúncio por aí, saiba: ele pode sumir do mapa quase que instantaneamente. A fiscalização está de olho, e agora com armas mais afiadas.
Resta saber se as plataformas vão conseguir acompanhar esse ritmo alucinante. Quarenta e oito horas passam voando, ainda mais quando se trata de vasculhar milhões de postagens e anúncios. Alguém vai acabar escorregando, é quase inevitável.
Uma coisa é certa: o cenário para quem lucrava com a venda desses produtos online mudou radicalmente. O jeitinho brasileiro encontrou um adversário à altura: a letra da lei, e com hora marcada para entrar em ação.