
Quem diria que um punhado de água parada — ou melhor, lagoas — poderia ser tão valioso? Parnaíba, a segunda maior cidade do Piauí, completa 181 anos nesta quarta-feira (14/08) e, entre festejos e retrospectivas, suas lagoas roubam a cena. Não são apenas cartões-postais: são motores econômicos disfarçados de paisagem.
Imagine só: enquanto o Brasil discute sustentabilidade como conceito abstrato, Parnaíba já colhe os frutos (e os peixes) de suas águas. As lagoas, que parecem pintadas à mão por algum artista caprichoso, movimentam turismo, pesca artesanal e até agricultura nas redondezas. E o melhor? Tudo isso sem precisar de maquiagem verde — a natureza fez o trabalho pesado.
O pulmão líquido do Piauí
Não é exagero dizer que essas lagoas são como contas bancárias naturais. Enquanto cidades brigam por investimentos externos, Parnaíba tem seu próprio funding ecológico:
- Turismo: Passeios de barco que valem mais que mil fotos no Instagram
- Pesca: Fonte de renda para famílias há gerações (e de moqueca para todos)
- Agricultura: Irrigação natural que dispensa químicos caros
E tem mais — quem visita não quer ir embora. Os hotéis da região vivem lotados em temporadas, e os artesãos locais? Bem, digamos que as lembrancinhas feitas de capim-dourado estão vendendo como água no deserto.
Sustentabilidade ou saudosismo? Os dois!
Os parnaibanos mais antigos contam que, na infância, nadavam nessas águas cristalinas. Hoje, os netos fazem o mesmo — e isso não é pouco num mundo onde rios viram esgoto a céu aberto. A cidade parece ter descoberto o segredo: progresso não precisa ser inimigo da memória afetiva.
Claro que há desafios. Algumas áreas precisam de proteção contra assoreamento, e o turismo desregulado sempre espreita como ameaça. Mas, convenhamos, é melhor ter esses problemas que não ter lagoas, certo?
Enquanto o relógio marca 181 anos, Parnaíba mostra que idade — pelo menos para cidades — parece ser só número. Com um pé no passado e outro no futuro, a cidade prova que desenvolvimento e natureza podem, sim, dançar juntos. E que dança!